Memórias.

Meu Pai, e suas histórias engraçadas (engraçadíssiiiiiimas)

Meus pais, filhos de familias da Póvoa de Varzim, norte de Portugal, conheceram-se em 1950. Acredito que , pelas muitas vezes que se cruzaram na casa dos padrinhos da minha mãe e paralelamente tia do meu pai, a nossa querida Tia Micas, entregaram-se sem reservas ao clima de romantismo que começava a nascer. Foram apoiados por todos e desde o inicio era uma união a ser dada como certa.E assim foi. No entanto, e basicamente pelos hábitos da época , não lhes era permitido um namoro à vontade, sem acompanhante. Mas, num dia de verão , ocasionalmente muito abafado quente e sem vento, pouco comum naquele litoral, deram-lhes permissão para que fossem dar um passeio pela praia de banhos, como é conhecida até hoje. Lá chegando , e passando por um fotógrafo profissional a fazer fotos nas rochas que entram pelas areias , animaram-se em deixar o momento registrado. Prepararam-se para a foto. Minha mãe queixava-se do calor , e especialmente nas pernas devido às meias de nylon que usava naquele dia: as célebres meias “de vidro”. Resolveu, então, ir a um local reservado e tirou -as.Meu pai , sempre solicito e gentil como era, logo se propôs a guardá-las .Amassou-as entre as mãos e empurrou-as para um dos bolsos das calças.

Chegou a hora do almoço e foram para casa dos meus Avós onde já havia um certo clima de noivado. Meu pai era o convidado especial, daquele dia .Embora meu pai fosse de familia já conhecida, mas havia um certo clima cerimonioso como era próprio na época. A meio do almoço meu pai espirrou e viu-se na necessidade de pegar o lenço que sempre mantinha num dos bolsos . Distraidamente foi ao bolso onde ainda estavam guardadas as meias da minha mãe e nelas assoou, elegantemente, o nariz perante o olhar atônito dos meus Avós.

Era assim o meu pai.