ESTÁGIO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Francisco de Paula Melo Aguiar

Durante o período da ditadura militar brasileira (1964/1985), o Congresso Nacional, através da Câmara dos Deputados, usava as universidades públicas e privadas para selecionar os "melhores" acadêmicos em aproveitamentos escolares dos mais diversos cursos superiores de graduação para fazerem estágios de nível universitário na CÂMARA DOS DEPUTADOS, com duração de 80 (oitenta) horas de atividades acadêmicas, desenvolvido no período de 05 a 16 de maio de 1975, nos seguintes órgãos: Secretaria Geral da Mesa; Centro de Documentação e Informação; Assessoria de Divulgação e Relações Públicas; Assessoria Legislativa; Departamento de Comissões; Departamento de Taquigrafia; Revisão e Redação.

A finalidade do oferecimento do referido estágio era justamente para orientar, formar e esclarecer a juventude universitária para evitar o seu ingresso ou envolvimento nas mais diversas alas da chamada onda "comunista" ou de "esquerda" da época, motivo da existência da “revolução salvadora” de 1964 que levou o Brasil ao julgo ditatorial, uma vez que "De todos os ódios, nenhum supera o da ignorância contra o conhecimento ", na visão do astrônomo, físico e engenheiro italiano Galileu Galilei(1564-1642).

Assim sendo, os estagiários recebiam hospedagem e ajuda de custo por conta dos cofres públicos e os professores eram as pessoas indicadas e ligadas diretamente ao SNI – Serviço Nacional de Informação.

Por outro lado, na época o então Deputado Federal Humberto Coutinho de Lucena/PMDB/PB era o Presidente da Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados, valendo salientar de que o referido representante do povo da Paraíba recebeu em audiência em seu gabinete de trabalho na Câmara dos Deputados, em Brasília/DF o então Presidente da Câmara Municipal de Santa Rita, Vereador Francisco Aguiar e outros estagiários de todos os estados do Brasil, conforme a foto do registro público do acontecimento, uma vez que o edil santaritense e então acadêmico de Direito, também estava cursando o referido estágio universitário por indicação da universidade paraibana e teve como.colega de curso/turma de maio/1975 o acadêmico Gilvan Freire, que depois foi deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa e candidato a governador da Paraiba.

Isto é a memória afetiva de uma época que não volta mais, porque tudo que tem início, tem fim, mais cedo ou mais tarde.

De modo que "nada acaba sendo tão opressor e injusto como um governo débil", segundo o filósofo, teórico político, membro do parlamento londrino e orador irlandês Edmund Burke (1729-1797), a cujo pensamento comungamos.

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Fotos do Arquivo Particular de Francisco Aguiar.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 06/07/2024
Reeditado em 06/07/2024
Código do texto: T8101036
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