ENCONTRO DA CONSTRAN 2021
ENCONTRO DA CONSTRAN 2021
Embora eu participe vários grupos de amigos, falo hoje de um encontro da turma da Constran, que ocupa um especialíssimo lugar em meu coração. Temos em comum, além de sermos todos engenheiros, o fato de termos trabalhado na década de 70 na mesma filial da construtora Constran durante cinco ou seis anos. Foi um período inesquecível que, acredito, marcou a vida profissional de todos e, mais que isso, criou fortes laços de amizade entre nós. Desde então, sempre estivemos em contato um com outro, embora distantes.
Egberto, o engenheiro mecânico do grupo, versado em inconfessáveis assuntos e impublicáveis textos, fez-me a gentileza de dar uma carona à churrascaria, que ele mesmo escolhera, onde seria encontro com amigos queridos. Chegados ao local, sentamos à mesa reservada e trocamos informações sobre alguns assuntos de interesse mútuo, que não cabem em um texto decente. E logo chegou Marco Aurélio, recebido efusivamente por nós, sentou e entrou na conversa, como se não fizesse anos que não nos víamos. Marcão foi o que mais tempo permaneceu na empresa. Em seguida chegou Roberto Ferreira, que sempre deu um embasamento técnico aos trabalhos de campo. Debruçando-se sobre o papel, colocava a mão esquerda na testa com o cotovelo apoiado na mesa enquanto a mão direita ia escrevendo e desenhando soluções para muitos problemas das obras. Assim passava horas até achar a melhor solução. Vindos de São Paulo chegou João Rupp, Jorge Saback e Murilo, cada um ocupando uma cadeira. Rupp fora meu chefe e, mais que isso, tornou-se um grande amigo meu, com quem discuto e sempre perco. Saback, na época, viera de uma empresa de nome Cetenco, união de duas antigas empresas, a Centenário e a Tenco e logo se integrou à equipe da Constran, responsável pela gerente de uma filial. Murilo, irmão de Marco Aurélio, trabalhou alguns anos e saiu da Constran, mas com seu carisma e simpatia não saiu de nosso círculo de amizades. Imediatamente formou-se uma conversa adorável, harmoniosa, todos muito à vontade, trocando informações atualizadas sobre as famílias, atividades, e efeitos colaterais da idade avançada que temos um privilégio que Deus nos deu. A chegada do Marcelinho, o bebê do grupo (mal tem sessenta e poucos anos) provocou uma breve interrupção, que em nada mudou o clima do encontro. Ao contrário, imediatamente integrou-se ao grupo. E seguiram-se muitas gozações sobre o fato de termos mais de setenta: tombos, esquecimentos, impotência, vulnerabilidade, doenças em geral. Tudo isso regado a cerveja gaúcha Serra Malte , algumas Heinekens e várias caipirinhas. Parecia que estávamos no refeitório da Constran há quarenta anos, sem a presença das pessoas queridas, como Severino garçom, o saudoso administrador Gadelha, Zé Roberto recém operado da vesícula. Zeppo,Osvaldo Morita, Amynthas,e Carneiro faltaram ao evento. Seguiram-se duas ou três horas em que as conversas fluíam com a participação de todos, democraticamente. Quem via ali aquela reunião de respeitáveis senhores em confraternização nem imaginava o quanto tinha ali de engenharia, de responsabilidade adquirida em grandes obras. Mas isso é coisa do passado. O que vale mesmo é que o peso dos anos não fez com que abandonássemos a alegria de preservar uma amizade adquirida há tantos anos. Para coroar o evento eu, após três caipirinhas de vodka e vários copos de cerveja, ao levantar da mesa quase caí em pleno salão do restaurante. Prometo me comportar melhor nos próximo encontro. Meio bêbado, mas com a alma leve após rever meus queridos amigos, voltei para casa. Trazido pelo Egberto.
Paulo Miorim. 29/11/2021