Olhos ocultos
Na estrada oculta da Vida
Encontramos pedras e serpentes
Escondido no recôncavo da alma
Das curvas das estradas no abismo
Abismos que criamos
Dentro de nós
Que com as nossas mãos
Alimentamos e damos vidas
Mas logo que viramos a curva
Dessa Estrada imaginária
Mas tão real
É que percebemos claramente
Que ela nos atraem
E nos arrebentam
Como um navio naufragando
Em um mar em ondas furiosas
E como náufragos
Fracos que somos
Percebemos que somos nada
E nos entregamos a sorte
Sorte disfarçada de bondade
Sorte que nos intimida
Que cautelosamente sem piedade
E com olhos assustadores
Nos devorando
Se alimentando
Das nossas esperanças
Sem perceber
Nos vemos
Sendo arrastados
Por estradas
Escondidos no recôncavo da alma.