GENEALOGIA DA FAMÍLIA MOREIRA  RANGEL 

 

1789 foi nessa data, que Samuel Durick e os seus três filhos: Petrus, Jacobs e Holbein procuraram sair da Alemanha. O velho Durick ficou viúvo com os três filhos rapazes morando na cidade de Lubeck. Nessa época, falava-se em uma grande Guerra pela França. Durick chamou os filhos e lhes disse: “vamos ver se nós podemos sair da Alemanha para Portugal e, de lá, para o Brasil”. Partiram para o porto à espera de um barco que sempre vinha de Portugal, que logo após, três dias, chega ao porto. Foi quando o senhor Durick fez uma proposta ao comandante do barco em que ele, e seus três filhos, descarregariam e carregariam a embarcação de graça, se ele os levasse para Portugal. A proposta foi de pronto aceita pelo comandante.  Aquele barco estava carregado de uva, vinho, óleo de oliva e maçã, com destino às terras lisboetas. E, assim, foi cumpriu o acordo firmado por ambos.

 

O comandante do barco prometeu que chegando a Portugal, conseguiria lugar para eles, levando-os, para um sítio, que pertencia a um português por nome Leopoldino, onde trabalhavam na plantação e colheita, conforme ia lhes sendo solicitado. Pela capacidade de trabalho e cumprimento dos deveres tornaram-se de confiança do Senhor Leopoldino e de toda a sua família. O senhor do Durick e seus três filhos, mantinham o sonho de ir para o Brasil, entretanto, era-lhes muito difícil, pois estavam ilegalmente em Portugal. Resolveram contar ao Senhor Leopoldino os desejos dos seus corações. O senhor Leopoldino com um sorriso de feliz disse-lhes: “Então, vamos trabalhar para isso!” De pronto, o Senhor Durick mandou chamar os seus três filhos que estavam no trabalho, fizeram uma reunião e, após deliberar, disse-lhes: “Vocês precisam aprender a falar português, é melhor, se vão mesmo morar no Brasil. “Olhem, a minha filha é professora recém-formada. Ela vai dar aula a vocês!” Passaram três anos estudando. O próprio senhor Leopoldino, foi quem conseguiu toda a documentação para eles.

 

Nos preparativos para viagem, resolveram mudar de nomes. O velho Samuel Durick manteve seu nome; mas, os filhos os substituíram da seguinte forma: Petrus, passou a chamar-se, Pedro José Moreira Neto; Jacobus passou a ser, João José Moreira; e, Holbein, passou a ser, Manoel José Duarte. Este, era um rapaz de 17 anos, e tinha um gênio muito forte, isso é revelado ao colocar o sobrenome, Duarte. Ele achou mais parecido com o Durick. A professora, Filha do senhor Leopoldino, chamava-se: Maria Rosa de Almeida. Esta se enamorou de Pedro José Moreira Neto e, tornou-se, sua noiva, e logo se casaram. O senhor Leopoldino chamou a todos para uma reunião na sua casa, com a finalidade de planejar a viagem para o Brasil. Logo, vendeu o seu sítio, juntou a família, e partiu para o porto, levando consigo toda a família Moreira. O senhor Durick, e Manoel Duarte. No porto conseguiram um navio e partiram para o Brasil, navio este cujo desembarque seria na Bahia. Na viagem fizeram muitos amigos que também vinham para o Brasil. O senhor Leopoldino, sua esposa, e filhas, a casada com Pedro e a filha Francisca Maria de Almeida - Caçula dele - essa última, encontra um rapaz que vinha para Bahia, chamado Jerônimo Souza de Almeida, e começam a namorar, mas, apesar do mesmo sobrenome, não tinham qualquer parentesco. Também fizeram amizade com um português. O senhor, Pinho Ávila Fontes, que já estava morando na Bahia, no povoado por nome de Aratuípe. Era grande negociante, e tinha terras em vários lugares. Em três braços, município de areia; na toca da Onça, hoje, conhecido por Jaguaquara. Ele, então, convida o senhor Leopoldino e todo seu grupo a morar em Aratuípe, pois ele providenciaria lugar para todos.

 

Chegaram em Salvador, tomaram um barco para Aratuípe. Lá chegando, começaram uma nova vida com o dinheiro arrecadado com a venda de seu sítio em Portugal. O senhor Leopoldino comprou um bom terreno e se alojou com seu povo. Jerônimo, começou a trabalhar, e se casou com Francisca, Filha do senhor Leopoldino. O senhor Pinho, por sua vez, adquiriu terras perto da cidade de Ubaíra, (antiga, Areia), e fez, uma boa Fazenda, colocando o nome de Pindoba. Para, Pedro José Moreira Neto, o senhor Pinho conseguiu uma área com mais de 500 alqueires, que deu o nome de Lagoa Verde, hoje, pertencente a cidade de Jiquiriçá.

 

1• João José Moreira conseguiu terras no município de Amargosa, Bahia, formou uma grande família, que espalhou para Feira de Santana, Bahia; Orobó, hoje, Rui Barbosa.

 

2• Manoel José Duarte, aquele de gênio muito forte, conseguiu uma terra na região de Rio Preto, pertencente ao povoado de Caldeirão de Diogo, que hoje é Itaquara; ali, na fazenda Riacho seco, casou-se com uma índia conhecida por sinhazinha, mulher muito Valente e, eles geraram muitos filhos com a mesma natureza a saber: Alfredo Duarte; Álvaro Duarte; Arthur Duarte, e outros, tantos filhos e filhas.

 

Alfredo ficou com a fazenda de Rio Preto; Álvaro foi o mais rico da família, conseguiu uma linda Fazenda às margens do Rio de Contas, por nome, Baixa Alegre, no município de Jequié Bahia. Teve uma grande família, conta-se que a atriz Regina Duarte é neta ou bisneta do Senhor Álvaro.

 

3• Pedro José Moreira Neto e Dona Maria Rosa de Almeida, (meus pentavós) tiveram muitos filhos: Antônio José Moreira; Manoel José Moreira; Francisco José Moreira; João José Moreira, e filhos e filhas. Cada um deles tomou um rumo diferente. Uns para brejões, outros, para Amargosa e Boa Nova; outros, para Santa Inês.

 

Antônio José Moreira, (meu tataravô) é que foi para Santa Inês, lá, conseguiu uma boa área de terra. Casou-se com uma jovem por nome de Antônia Gradilly (minha tataravó) e concebeu muitos filhos: João José Moreira, Pedro José Moreira Neto (meu trisavô); Floriano José Moreira (FULÔ); Firmino José Moreira; Ramiro José Moreira, e as filhas: Antônia, Maria e Rosa. Quando os filhos cresceram, o velho dividiu as terras entre eles.

 

João, uma parte muito boa, onde fez uma boa fazenda e uma grande casa com sobrado. Um Engenho, para moer cana. Uma moenda para mandioca e um rodão para pesar café.

 

Fulô, Firmino, Ramiro e Antônia ficaram com áreas muito boas de café. Maria e Rosa casaram-se com homens que já tinham terras.

 

Pedro José Moreira Neto (meu bisavô), ficou com a parte da frente da Fazenda, construindo uma boa casa e um armazém, para comércio e armazém de café, farinhas, fumos e cereais. Tornou-se um grande comerciante.

 

Pedro e Fulô casaram-se com duas irmãs. Pedro José Moreira Neto, (Meu bisavô) casou-se com Belarmina Almeida (minha bisavó) e Fulô, casou-se, com Jovina Almeida, filhas de Maria Almeida, filha do Coronel Jerônimo Souza de Almeida, português que haviam vindo juntos no mesmo navio de Portugal. Fulô Moreira com sua esposa tiveram muitos filhos: Alfredo, Pacífico, Alício, Arthur Agenor e filhas: Odília, Domitila e Laurinda. Pedro José Moreira ( Meu Bisavô) e Belarmina (Minha Bisavó) também tiveram muitos filhos: Feliciano, Osvaldo, Claudionor, Filogônio e Durvalino e as filhas: Umbelina (minha avó) e Etelvina minha (Tia Avó).

 

Pedro José Moreira, (Meu Bisavô) era um homem de boas condições, certa vez, ele fez uma festa, mandou fazer um mastro com uma bandeira escrito nela muitos nomes do seu pensamento, constava nela o nome de Deus e de muita gente ele, entusiasmado bebendo, Pegou sua espingarda e disse: quero ver se esta espingarda é boa. Se ela fura aquela Bandeira e atirou. Deu um redemoinho tão forte que pegou o pau da bandeira e caiu no meio da multidão mas, não feriu ninguém. Em 1914 ele investiu todo o seu capital na compra de café na flor. Daí veio a guerra e o preço do café foi a zero, veio a falência, e ele vendeu a fazenda com tudo. Pegou o dinheiro, pagou os caixeiros viajantes e aos exportadores de café. Antes de vender a fazenda a um credor por nome Emiliano, mandou um dos seus jagunços por nome Santo, matar Pedro. Ele chegou no balcão do armazém de Pedro  José Belarmino, batia dizendo ofensas a Pedro, com uma pistola de dois canos “lá fonchê” fechada na mão. Neste momento chegou Floriano, irmão de Pedro, homem forte que tinha uma força estúpida. Pegou o jagunço, jogou na calçada, quebrou a cara do seu jeito nas pedras, machucando tanto até inchar seu rosto, e depois lhe disse:” vá e diga ao Senhor Emiliano que Quem bateu em você foi eu, Floriano José Moreira, e não, o Pedro José Belarmino”.

 

Logo que Pedro vendeu a fazenda e que trouxe as dívidas, comprou uma área de terra do Senhor Eusébio na região de Itaquara,  Riacho Palmeira, fazendo ali, a fazenda palmeira, com uma produção média de 1000 arrobas de café.  Depois dividiu a fazenda em quatro partes:

 

Uma parte para sua filha Umbelina Moreira Rangel (minha avó) casada com Antônio Pereira Rangel  (meu avô);  outra parte, para Etelvina Moreira Rangel (minha tia avó) que era casada com Oscar Teixeira.

 

A terceira parte ficou com  Osvaldo que era noivo e se casou. A parte da sede com a casa de farinha e a casa de secar café ficou para ele, a esposa, e os três filhos remanescentes. 

 

No ano de 1927, com uma boa safra de café, Pedro chamou seu filho Claudionor (Tio Nozinho) que havia acabado de chegar da escola e disse-lhe: Nozinho, vá roçado buscar maniçoba para ração dos animais, porque, eu vou, a Santa Inês vender o café e comprar os fogos para a fogueira de vocês (que era Traque bombinha). Era 17 de junho e chegava a festa de São João, Nozinho chamou o irmão Filó e foram pegar a ração dos animais e colocar no cocho. Sábado muito cedo, Pedro Moreira e seu tropeiro por nome Honório pegar os animais para levar o café para vender. Chegando em Santa Inês vendeu o café a João Samuel, pegou o dinheiro, fez a feira e comprou os fogos dos filhos, além de um material para fazer umas bombas de bater. Pegaram os animais e voltaram para casa. No meio do caminho encontraram o seu compadre Manuel Pedro e o convidou para o almoço do domingo em sua casa, que seria o dia seguinte. Foi então que no dia 19 de junho, domingo, Pedro Moreira pegou o material (dinamite) para fazer as bombas de bater. A sua esposa não deixou que ele fizesse dentro de casa e ele saiu para debaixo de um pé de árvore - imbira de quiabo, que tinha defronte a casa. Chegou seu compadre e um trabalhador da fazenda por nome Aurélio e ficaram perto de Pedro. O seu filho Nozinho estava ao lado do pai, quando chega a sua irmã com marido e diz “ Nozinho, as suas preás estão com fome, ele então sai e sua irmã e o cunhado entram na casa e enquanto conversam com Dona Belarmina (minha bisavó) na sala; de repente, ouviram uma grande explosão, que abalou a casa. Quando saíram viram tudo coberto de fumaça. Manuel Pedro caiu fora do terreiro gritando e logo morreu todo despedaçado. O trabalhador estava caído na roça de café todo despedaçado e Pedro Moreira estava na porta da casa de farinha há mais ou menos 100 metros todo despedaçado. A viúva ficou com três filhos: Claudionor, Filogni e Durvalino, além de uma neta filha de Feliciano. Quem assumiu o comando da família foi o genro Oscar que era casado com Etelvina, (minha tia avó) mas todos foram criados e educados. Claudionor (In memorian) que morava em Eunápolis Bahia, veio para Porto Seguro, Bahia onde faleceu.  Durvalino que mora em Governador Valadares - Minas Gerais.

 

FAMÍLIA  RANGEL E SANTOS.

 

Umbelina Moreira Rangel, e Antônio Pereira Rangel, (Avós Materno) tiveram muitos filhos: Arlindo Rangel; Braulino Rangel; Isaltino Rangel; Eduardo Rangel; Sandoval Rangel (Vavá);  Jonas Rangel;  Edvaldo Rangel; Hilda; Maria, Natália, Nita e Zulmira (Mira - minha mãe).

 

Zulmira Pereira Rangel (Minha Mãe), casou-se  com Agenor Alves dos Santos, filho de Crispim Alves dos Santos e, Maciozenia Alves dos Santos (Avós paternos). 

 

Zulmira, passa a assinar: Zulmira Pereira dos Santos. Dona Mira, como era chamada, e Agenor, tiveram cinco filhos: Almiran, Amiraildes, Jeová, Jeovan (gêmeos) e, uma bebê que nasce e falece seguidamente, foi lhe dado o nome de Maria, apenas, para o óbito. Dos cinco filhos do casal, quatro morreram, ficando apenas Jeovan (um dos gêmeos) criado como filho único.  Sr, Agenor era homem, simples e bruto, das antigas e, ao registrar seu filho, tira a assinatura da mãe, este tem apenas o sobrenome dele: Alves Dos Santos. Entretanto, em 1969, Agenor Alves dos Santos havia tido com Lola Moreira (Lolô), uma filha: Vanusa Moreira Alves, hoje, morando em Arraial D'Ajuda com sua mãe. Seu Agenor, ( Meu pai e pai da Vausa),  falece em 2017,  e é sepultado na cidade de Prado, Bahia, com oitenta e quatro anos; Dona Zulmira (Mira), minha mãe,  falece em 30 abril 2022, com 83 anos é sepultada na cidade de Porto Seguro, bahia.

 

Jeovan Alves dos Santos, casara-se, por vias circunstanciais, seis meses após completar 18 anos, em 1980, com Valdinei Batista de Jesus, e com ela tem um filho: Etni de Jesus Santos. Divorciado, casa-se com Marta Cristina Carvalho em 1986, com quem tem dois filhos, Thiego Carvalho Santos e Jessica Carvalho Santos. Em 2018, Jeovan, tem com Rayra Rosa Machado Valente, uma filha: Yasmim Rosa Machado Valente Alves, hoje com cinco anos.  Em 2022, o casal Jeovan e Marta se divorciaram,  depois de viverem 37 anos juntos. Hoje, 2024, Jeovan mora em Porto Seguro, e é casado com Luanna Ribeiro Gonçalves Cronemberger. 

 

 

 

P.S - pesquisa feita por Fany Moreira,  narrada aqui por mim, Jeovan Alves dos Santos (Rangel).

Porto Seguro, 25 de Junho de 2024.