Garota dos olhinhos que sorriem

Garota dos olhinhos que sorriem por trás dos óculos. Teu sorriso enquadra perfeitamente teus olhinhos com um ar sapeca, porém, se alguém ousasse prestar um pouquinho mais de atenção, veria que escondes lá no fundo deles um pouquinho de tristeza.

Além dos olhos sorridentes, tens também uma voz bela como a dos passarinhos que cantam pela manhã, tens também um humor sarcástico nas entrelinhas e um amor romântico intenso pelas garotas dos anos 2000 e 90.

Tua intensidade ao escrever, tuas boas e velhas canções que não te abandonam porque fazem parte do teu itinerário, teu bom gosto por filmes e livros, teu jeito apreciador de Fernando Pessoa - afinal, ambos têm mais coisas incomuns do que muitos sabem.

Suas mil faces, suas mil máscaras, todas elas revelam a mesma essência que és tu. Tua habilidade em digitar textos longos rapidamente e com precisão sempre me impressionaram, assim como tua capacidade de sair de situações difíceis e tua 'lábia' em uma boa conversa.

Lembro-me do dia em que eu disse: "quem pode imaginar o que se esconde por trás desse rostinho?" O que eu quis dizer é que quem realmente quisesse te conhecer perceberia que tu és muito mais do que os olhos podem ver.

Tu és um oceano de bons sentimentos, de boas escritas, de curiosidade, de cultura refinada, de boas conversas, de boas risadas, de bons momentos e de bom gosto musical, assim como o bom gosto para perfumes: Ferrari Black.

Tu tens boas ideias para o amor, dança rodopiante ao luar, ao entardecer, na neve, além dos bons reels que envias pelo Direct do Instagram, dos bichinhos feitos por IA que cuidadosamente eram escolhidos para me enviar, porque sabias que eu gostava, da atenção aos detalhes e da precisão ao usar as palavras - afinal, elas são tão íntimas para ti quanto a roupa que cobre teu corpo.

Talvez tu tenhas me permitido conhecer um pouco de ti, talvez tenhas usado uma máscara comigo, talvez não tenhas sido completa, talvez não tenhas sido uma amiga verdadeira, talvez não tenhas me ouvido de verdade, talvez não tenhas sido tão sincera quanto deverias... são tantos 'talvez'.

Mas acho que devo focar no que foi bom: nas memórias de dias de conversas aleatórias, conversas sérias e reflexivas, brincadeiras sem graça, chateações do cotidiano, da distância geográfica que nos separava, da amizade que talvez tenha sido sólida em algum momento, embora todo o contato tenha sido através da tela de um celular.

Mas pelo pouco que conheci de ti, e pelo pouco que tu me conheceste, se nos encontrássemos pessoalmente, trocaríamos boas risadas, eu te faria experimentar minha comida e riríamos à toa.

No entanto, como nem tudo na vida acontece como queremos, tivemos que seguir em frente. Tivemos que sustentar nossa decisão de não mais voltar, afinal, adultos precisam cumprir com a palavra.

Adeus, garota sonhadora.

Luna Gaspariny
Enviado por Luna Gaspariny em 15/06/2024
Código do texto: T8086114
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