Kathmandu
Esses dias recebi a visita, e comentário, da escritora "Kathmandu" - aqui do Recanto das Letras.
Nos anos de 1990 fiz amizade com um cidadão - que não sei se está vivo - na calçada do "falecido" Café São Luiz. Um lugar que era considerado "Um poço do saber", como bem disse o saudoso ex-padre José Luiz Silva. Aquele homem moreno, com traços indígenas, era relativamente jovem mas estava aposentado pela Polícia Federal, por contrair uma série de "meia dúzia" de quatro ou foram cinco malárias na região amazônica. Pois bem, tivemos o hábito de apertar as mãos dizendo o nome de uma capital, e o outro respondia com o país - ou vice-versa:
- Tegucigalpa!
- Guatemala!
No dia seguinte:
- Bujumbura!
- Burundi!
No outro dia:
- Malásia!
- Kuala Lumpur!
Outra tarde:
- Brunei!
- Bandar Seri Begawan!
Mais outro dia:
- Nepal!
- Katmandu!
Mais outra:
- Daca!
- Bangladesh!
E foi assim por alguns anos. Um jeito de brincar aprendendo com a cultura estrangeira. Lembro-me de procurarmos os nomes mais exóticos, mais difíceis. Um dia nos vimos - e brincamos - pela última vez. Desde então não o vejo há mais de 15 anos.