🌺🌺 - MEU SEGUNDO AMOR
Grupo Escolar Carneiro Ribeiro, Ruy Barbosa. A foto está diferente da época em que estudei. Mas, foi aí o cenário onde aconteceu o encontro com o meu segundo amor. Desse meu amor ainda guardo a lembrança do apelido, “Puruca”. O nome, com tristeza, não recordo mais.
Essa minha grande paixão aconteceu por volta dos meus oito para nove anos. Ver Puruca passar na mesma direção que eu para irmos caminhando à escola, mesmo que só um pedacinho, era um momento esperado, coração saltitante, rostinho vermelho e olhar abaixado por acanhamento.
Estudávamos na mesma classe, ele dois ano a mais que eu, mas a timidez nunca permitiu brincarmos juntos no recreio, ou partilharmos a mesma merenda, ou sentarmos na mesma carteira na sala de aula.
Também não sei se era tão correspondida, porém isso não tinha importância frente à intensidade dos meus sentimentos e, evidentemente, não passava por minha cabecinha não haver retribuição.
Puruca e eu éramos apaixonados, sim, e ponto final! Tenho quase certeza absoluta que Puruca dava-me olhares. Eu era uma criança graciosa.
Certo dia, coincidentemente, chegamos atrasados, ao mesmo tempo, e a professora designou o lugar de sentarmos e foi na mesma carteira escolar. Era uma mesa geminada para duas crianças. Juntos pela primeira vez. Total emoção. Coração descontrolado.
Magicamente sumiu a nossa timidez e conversamos. Conversamos muito e eu conversei tanto, tanto, mas tanto, em plena aula, que a professora Vanilce reclamou comigo e nos separou, mandando Puruca sentar em outra carteira, findando a minha imensa paixão, que se transformou em vergonha. Nunca mais consegui olhar para Puruca.
Nessa época escolar, formávamos fila para cantar o Hino Nacional antes de começar a aula, perfilados no pátio em posição de sentido sem nos mexermos. Época, também, das temidas sabatinas de matemática, com nota.
Foto à época a minha grande decepção amorosa. Casamento da minha madrinha de crisma, Dulcina.