EU DEIXEI

Desejei o amor, aquele grande amor!

E acreditem, achei.

Faz 10 anos que me apaixonei!

Faz 10 anos que me esqueci!

Abandonei os meus amigos, familiares, mas uma vez, eu mesma!

Eu era uma garota, que tinha grandes sonhos... Um grande objetivo de vida, até conhecer aquele alguém por quem me apaixonei.

O problema é, que o "meu amor", nunca pediu isso, nunca pediu que eu deixasse de ver uma ou outra pessoa, nunca!

O problema é, que eu tinha a maldita sensação de querer sempre está por perto, nunca deveria sair, e quando raramente eu ia para algum lugar, ao chegar, era invadida por aquela sensação de que era tratada de uma forma estranha, uma forma que até hoje não sei explicar.

Então deixei, era convidada para uma comemoração ou outra e sempre, dava uma desculpa. Não comparecia aos churrascos nos domingos, para aniversários, de alguma forma ou outra não participava dos encontros com os meus amigos e familiares.

Até que, chegou ao ponto de não ser, mas convidada, afinal, todos já sabiam que eu não iria.

Então... EU DEIXEI!

Gente calma! Eu saia, o problema é, que com o passar dos anos, os meus" amigos" não eram meus. E sim do "meu amor". Na minha cabeça, eu pensava "SE SÃO AMIGOS DELE, TAMBÉM SÃO MEUS". Gente, demorou, demorou, muito, muito mesmo e concluir que não eram! Apesar de serem pessoas maravilhosas.

O "meu amor" tentou de alguma forma seguir a rotina da vida dele e eu sempre estava lá.

Às vezes, quando eu estava trabalhando, durante aos sábados ou domingos, ele ia para o futebol com os amigos e às vezes ficava para o churrasco e tomar uma gelada, eu ficava muito brava, brava mesmo, xingava, gritava e até batia. A raiva em si, não era pelo fato dele ter ido ou, sim, sei lá, era algo que nem sei explicar. A minha cabeça ia a mil pensamentos por segundos. Chorava, sem motivos só de imaginar, nem sei o que. Sabe, de alguma forma os meus pensamentos quase levaram-me a loucura. O que, mas dava-me raiva era o fato de não conseguir fazer o mesmo, preocupada com o que os outros iriam pensar.

Eu deixei de fazer coisas que gostava e de alguma forma eu queria que ele fizesse o mesmo. O "meu amor" nunca me proibiu de nada. Só que o comportamento dele era outro, pelo menos na minha cabeça. Nunca me proibiu, nunca! Mesmo assim, demorei a chegar a acreditar, que precisava de ajuda, tinha-me tornado uma mulher frágil, emocionalmente quebrada e de alguma forma tóxica. Às vezes penso, como pode algo tão bonito e avassalador ser tão cruel? Paro, penso e chego a conclusão, que de fato as pessoas se perdem por algo que deveria ser tão simples.

Amei e amor alguém, que machuquei. Deixei esse "amor" quase matar-me.

Cheguei ao meu extremo, chorei, gritei, implorei e humilhei-me. Bati e apanhei.

Um dia, por um motivo em particular, surtei, mas uma vez humilhei-me. Encarei-me em frente ao espelho e falei:

— Não chore! Seja forte!

E embora quisesse acreditar, ao terminar de falar já estava sentada ao chão do banheiro, me acabando de tanto chorar. Como pode?

Eu era uma mulher tão forte, tão FORTE, me deixando levar por esse sentimento? Bom, o amor em si, é algo maravilho, tão bom que você ficar quase sem respirar, o problema é, quanto deixamos o amor ser o centro do universo, ou pior, quando deixamos o "nosso amor" ser o centro do nosso universo. Cair, desabei e quando concluir isso, estava no buraco tão fundo que me deparei sendo chamada de LOUCA, o problema é que de alguma forma acreditei.

Lembram do "meu amor"?

Sabe, ele de alguma forma nunca me proibiu de nada, nunca. Mas as atitudes, gestos e o tratamento de silêncio dele quase levaram-me a loucura. Aquele ar de arrogância, o comportamento de grandiosidade, aquela maldita visão de si, sempre com aquele tratamento em especial. Não, o meu "amor" não precisava falar nem proibir...

De todo o modo, se tudo isso foi o "MEU AMOR", saiba, meu caro amigo, que eu não desejo isso nem para o meu pior inimigo...

Keila Salvatore 

Apenas lembranças

Keila Salvatore
Enviado por Keila Salvatore em 23/05/2024
Reeditado em 26/05/2024
Código do texto: T8069765
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