Escrevendo minha história
Quando eu era criança, disse a meu pai que eu escreveria um livro da minha vida.
Ele disse rindo sarcasticamente que só teria duas páginas.
Tão pobre de detalhes, que ele acreditava que seria a história que eu teria.
Talvez por isso, folhas em branco sempre me amedrontaram.
Sempre achei que de alguma forma elas deviam ser preenchidas.
E muitas vezes eu não consegui, tão grande o pânico que elas me geravam.
Mas agora, escrevo desesperadamente.
E vivo cada dia.
Certa de que escrevo uma história,
que nem mesmo eu, acreditei um dia.
Pois por muito tempo, a risada sarcástica do meu pai, sem confiança em mim,
me perseguia.
Porém hoje, lamento que ele não tenha acreditado.
Talvez um grande pânico o consumia.
De que uma bela história eu escrevesse, e desta forma eu revelaria,
que não era meu, o fracasso,
que tanto o consumia.