A história do meu cabelo
Minha mãe nunca soube cuidar muito bem do meu cabelo.
Ele sempre andava preso, as vezes fazia cachinhos e colocava um laçarote, mas não respeitava a curvatura dos cachinhos.
Na adolescência, comecei a trabalhar aos 13 anos, quando fiz 14 concorri uma vaga em uma multinacional e passei,na entrevista a senhora me disse, você vai trabalhar no escritório da presidência e precisa vir com o cabelo escovado todos os dias.
Uma vez por semana eu ia ao salão para escovar meu cabelo até que comecei a fazer progressiva, foram anos com o cabelo assim.
Foi então que em uma dessas progressivas tive corte químico e perdi a frente do meu cabelo, foi assustador, mas depois disso resolvi fazer a transição do meu cabelo e foram 6 anos até ele voltar a cachear, foram muitos cortes, tranças e esse foi um dos meus processos de aceitação.
Quando comecei a trabalhar com crianças e adolescentes , percebi o impacto que meu cabelo tem na vida delas.
Elas querem que eu ensinei como cuidar e pentear, me pedem para falar com as mães que não querem mais alisar seus cabelos.
Uma vez uma menina chorou quando cheguei a sala de cabelo escovado fiquei sem entender, ela me disse que eu não podia desistir do meu cabelo rs....
Expliquei que eu poderia usar o cabelo que eu quisesse desde que respeitasse a saúde do meu cabelo.
Elas ficam loucas com o meu cabelo e quando começam a cuidar dos seus vem me mostrar é emocionante.
E são nessas pequenas atitudes que eu me surpreendo com o poder da representatividade!