Memórias

Cedo ou tarde seremos memórias

Seremos choros estridentes

Nós enclausurados em gargantas

Com sorte, seremos, alguma lembrança

Do cheiro, o rasto

Seremos, enfim, os tantos retratos

Nas paredes do quarto

Seremos, enfim, o silêncio

O luto hostil

Seremos a descontinuidade do depois

Do que fomos e se foi

E seremos sem que queiramos

A iminência de partir, apressada ida

Mais rápida que a própria luz

Seremos estrelas, à noite

E no céu de quem fica, o horizonte é conforto.

Acarla
Enviado por Acarla em 22/02/2024
Reeditado em 23/07/2024
Código do texto: T8004516
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