Manuel Bandeira
Ah, meu Escritor
Como amo estes teus versos:
- Irene preta, Irene boa
Irene sempre de bom humor...
- Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais...
- Vamos viver no Nordeste,
Deixarei aqui meus amigos, meus livros minhas riquezas, minha vergonha...
- Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma...
- Vou-me embora pra Pasárgada. Lá sou amigo do rei...
- No pensamento meu, amor, tu vives nua - Toda nua, pudica e bela, nos meus braços...
- Teu corpo é tudo o que brilha
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...
Sou eu aqui... Com tua licença!
Ah, em que dimensão tu estás, meu Poeta?
Tua Terra precisa tanto de tuas linhas poéticas
Parece...
Que no céu em que tu te encontras,
Encontraste mais leveza,
Mais amor, mais beleza
Mas teu Planeta é mais azul
Plantaste poesias, verdejou
Escreveste livros, "Culturou"
Curtiste a nossa Terra, nela plantou
O que é, sinceramente,
Genial !
Amou e deu muito amor a nossa gente.
Esta Terra de aventuras,
Distorcida das loucuras,
É tão abundante de poetas
E de poemas - outra "rama" que tu plantaste -
Ah, quanto carinho deixaste
"Às Irenes, às flores, às coisas"
- como tu chamaste-, "aos amores"
Por onde tu andas?
Quer que te levemos os nossos poemas?
Através das estrelas, do luar,
Dos raios de sol, das cores do arrebol?
Antes de tudo, mais que nada...
Iremos revisitar tuas Irenes,
Tua Pasárgada, tuas flores,
Horas a fio, por dia,
Minutos, segundos, iremos ao Nordeste
Quanto flertar teu, poético.
Aos pés dos Deuses da poesia, ajoelhaste.
E, ante teus escritos, vamos te conclamar
O "Manuel dos Poemas"
Tu és nosso Porta-bandeira.
O Mundo quer mais "Teadoro, Teodora" !
Foto: Pixabay