Sobre seus mares

Muitas vezes impaciente na deriva de um barco, dos oceanos rasos

procurando borboletas eloquentes que possam me levar para superfície

as estrelas seriam um bom guia se não fosse pelas noites cinzentas

águas calmas verdejantes de correntezas pacíficas é a nossa atmosfera.

Sobre um olhar singelo as curvas de seu sorriso deitado nos meus horizontes

a delicadeza dos dedos flutuando sobre os mares de sua face

a procura do mínimo espaço para que não haja falta de amor

nesse pequeno vazio uma chama de desejo que receia apagar

escorrega sobre as pedras como a gota da chuva e desaparece de forma inquestionável.

E no peito o tempo soluça pelo frio solitário das neblinas montanhosas

que adentra as ruas e corredores, a pele áspera, lábios ressecados

um beijo ou dois não vão ser a cura, um abraço demorado talvez só deixe saudades uma vida inteira não cabe somente numa estação

não cabe num barco,

num mar calmo,

nos crepúsculos felizes.

EdCsilva
Enviado por EdCsilva em 29/01/2024
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