CANCÃO SERTANEJA e Caipira - linguagem - música - moda de viola - Estação Guedes em Jaguariúna, SP. 17/01/2024.

Caipira e sertanejo no Brasil

J B Pereira

Jaguariúna, SP, 17/01/2024.

O imenso Brasil passou por muitas fases desde que foi encontrado pelos portugueses em 1500. Aqui existiam povos autóctones, depois chamados de índios ou indígenas. Isso por associação à Índia, foco das navegações e expansões eurocêntricas renascentistas e mercantilistas. O espírito que marcava tais avanços era marcado por antecedentes das cruzadas e do humanismo, a ascensão da burguesia e inauguração da Renascença em vários reinos europeus.

No Brasil, confluía e havia tensões de linguajares entre o lusitano, os indígenas brasileiros do grupo Gê (tupi-guarinis), o africanês, os imigrantes e o colonos que aqui já tinham o nativismo. Esse caldeirão étnico e hibridismo cultural-linguístico dominou até o século XIX, contudo houve a prevalência e dominação do lusitano, proibição do tupi-guarani e africano.

Com a Semana de Arte Moderna, retomou-se ao Brasil primitivo e houve redescoberta do Brasil em suas peculiaridades regionais e marcas linguísticas, literárias e lendárias, costumes e folclóricas, musicais e religiosos (barrocas), artes, pinturas e ecológicas.

O aguçamento e a curiosidade pelo que fosse brasilidade ocupava a agenda dos modernistas e dos artistas pós-modernistas, com tendências e focos diferenciados a partir dos anos 1922.

Na linguística brasileira, destacaram-se Câmara Cascudo e outros para mostrar a pertinência do sotaque e regionalização dos linguajares no Brasil. Para Cascudo, "caipira seria uma corruptela de 'caapora', palavra de origem tupi que significa "morador do mato", ou seja, o caipira vem de caipora, entidade ou homem do mato, habitante do sertão, matuto ou capiau, ligado à cultura da terra e do gado. Simples, sábio e proverbial e observador das lavouras e costumes da roça.

Na cultura citadina, o caipira é visto como menos: preconceito e "olhar de menosprezo parte de nossa moderna civilização industrializada se refere ao passado rural do Brasil."

Camponês dominado pela "timidez, falta de refinamento ou informação. O modo de vida caipira inclui o fogão a lenha, o café feito no coador de pano, o leite quente ordenhado da vaca, biscoitos de polvilho, rosquinhas, pães de queijo, broas, bolos de fubá, doces em calda etc. Sem falar nas geleias, licores de frutas típicas (pequi e jenipapo) e, é claro, na famosa cachaça - que se transformou numa espécie de bebida típica do Brasil."

"Além do interior de São Paulo, ainda podemos encontrar esse modo de vida em Minas Gerais, numa parte de Goiás e de Mato Grosso e também perceber semelhanças com os costumes do sertanejo da caatinga, do caboclo da Amazônia, do vaqueiro do pantanal, do gaúcho ou do caiçara litorâneo.

"A autêntica música caipira, a "moda de viola", na voz dos violeiros, retratava a vida do homem no campo, a lida na roça, o contato com a natureza, a melancolia e a solidão do caboclo. Mais tarde, com a influência da guarânia paraguaia e do bolero mexicano, começou a ser transformar e hoje, misturado ao estilo "country" norte-americano, a chamada música sertaneja guarda pouco de suas origens. Inesita Barroso é uma cantora e estudiosa da música sertaneja original, que ela e outros estudiosos e músicos preferem chamar de música de raiz.

"Nas artes plásticas, o caipira típico foi imortalizado por Almeida Júnior, no quadro que ilustra este artigo. Na literatura, Monteiro Lobato retratou-o em seu personagem Jeca Tatu, do livro "Urupês". No cinema, o ator e diretor Amácio Mazzaropi assumiu o tipo, com calças rancheiras e "pula-brejo", paletó apertado, camisa xadrez e chapéu de palha."

FONTEJ DO TEXTO ACIMA: Vida caipira - O caipira é o homem rural típico do Brasil... - Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/cultura-brasileira/vida-caipira-o-caipira-e-o-homem-rural-tipico-do-brasil.htm?cmpid=copiaecola

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Visita à Estação de Trem Guedes – Jaguariúna, SP.

J B Pereira

Nessa estação, tem alguns utensílios, fotos, LP’s de sertanejos, painéis sobre a linguagem caipira em São Paulo.

Tirei fotos e fiz vídeo com minha esposa e nossa conhecida e amiga Lena. Depois fomos à fazenda antiga restauradas da Barra, vimos mobília, tábuas do assoalho, mesa grande, birô, senzala etc.

Quanto à linguagem caipira, quero ressaltar:

1. A música caipira de Tinoco e outros. Chamada música de raízes por causa do sotaque e a toada ou ritmo das vozes com os instrumentos musicais.

2. Os costumes como danças, culinárias, roupas e festividades como festas juninas, cururu...

3. As falas e vocabulários caipiras ligados ao cotidiano dos moradores.

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Existem várias explicações etimológicas para a origem do termo "caipira", quase sempre a partir da língua tupi: ka'apir ou kaa-pira, que significa "cortador de mato"; ka'a pora, "habitante do mato", a partir da junção de caa (mato) e pora (gente);

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Saiba mais:

DICIONÁRIO CAIPIRA

https://tocadodinossauro.no.comunidades.net/dicionario-caipira

Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – “Arco, Tarco, Verva”

Em 1987, com o lançamento do jornal A PROVÍNCIA, versão impressa, deu-se início, também, à elaboração de “Arco, Tarco, Verva”, coluna que pretendeu recuperar frases e expressões do que se convencionou chamar de “dialeto caipiracicabano”, maneira de falar que é uma das peculiaridades de Piracicaba. Na verdade, trata-se de um estilo de vida, de uma “griffe”, esse “ser caipira” que nada tem a ver com o Jeca Tatu de Monteiro Lobato, mas que nos distingue desde quando Prudente de Moraes, eleito presidente da República, era conhecido como o “Biriba, o presidente caipira.”

Essas raízes fazem, de Piracicaba, uma cidade singular. E, nesse sentido, esse nosso linguajar, essa nossa característica especial estão registrados no livro Dicionário do Dialeto Caipiracicabano( Arco, Tarco, Verva) de autoria do diretor deste jornal, jornalista Cecílio Elias Netto.

248 Páginas

Formato: 16 x 22cm - Brochura

5ª Edição - Ano 2007

Cecílio Elias Netto

https://www.livroceres.com.br/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=2071

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 17/01/2024
Reeditado em 25/01/2024
Código do texto: T7978707
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