Prozeando

Sentei hoje naquele banco de praça, numa noite quente como o dia que nós nos vimos pela primeira vez.

Era dia, mas a noite eu ainda pensava em você.

Dobrei as pernas, olhei para o céu. Muitas estrelas sorriam para mim.

O ar quente fez as pessoas tomarem as ruas, e eu só queria refletir sobre aquele pensar, como quando estamos realizando uma prova difícil e a mente vaga fazendo lembrar de um episódio de algum desenho da infância.

Navegando ideias, de barco em barco eu percebo onde posso me afundar, lembrando daquele dia, lembrando perfeitamente de cada detalhe.

Lembrei principalmente do seu olhar, seu modo de sorrir e dizer oi.

Era dia e noite, era chuva e sol, passe o tempo que for e como for, como roupas no varal esperando naturalmente se secarem. Só ali, existindo e resistindo tentando evitar certas lembranças. Tecidos não pensam, mas minhas teias neurais são como as teias das roupas.

Vento vai e vento vem, seca, passa, abraça, se encontra, sorri e senta atoa em um banco de praça, nada precisa ter um sentido ou motivo, existe, está acontecendo, e é.

Mais um dia entendo que olhar as estrelas é delirante.

Ponto Brune
Enviado por Ponto Brune em 10/01/2024
Código do texto: T7973615
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