Já não me reconheço.

Já não me reconheço mais.

Não sei o que me tornei ou o que fui todo esse tempo de vida.

Ser boa não foi o bastante.

Agir corretamente, muito menos.

Respeitar o sentimento do outro, o ser do outro foi imperceptível.

Descrever em poucas palavras o não gostar, o não querer ser, o não agir seria razoavelmente fácil.

O difícil mesmo é prosseguir.

Prosseguir para quê?

Por quê?

Para quem?

Se por vários motivos não há razão para tal. Apontar, julgar é fácil demais, difícil é se colocar no lugar do outro.

Difícil e você nem sabe o quanto é, é fazer o que o outro faz, todos os dias incansavelmente, se faz chuva ou sol, lá está o outro tentando caminhar e dar o melhor de si.

Se é reconhecido ou ao menos percebido, não sabemos.

Mas, uma coisa é certa...

no final da caminhada e de toda essa labuta diária, cada um volta para casa e se depara com o seu próprio eu pulsando, latente, cansado ou sorridente por ter tido a chance de ter dado o seu melhor.

Não aponte, não julgue, pois você não faz ideia de quem é ou foi o outro afinal...

11.05.2019

Porcelana
Enviado por Porcelana em 07/01/2024
Código do texto: T7971324
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