Igreja: história de Unidade e fragilidades - breve retrospectivas e desejo de prospectiva ecumênica

Jesus quis fundar uma igreja, que chamou "Minha Igreja": Mateus 16, 16-19. Jesus colocou à frente da Igreja Apostólica em Jerusalém, que depois deslocou com Pedro em parte para Roma, onde morreu crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer como Jesus. Isso no ano 64 depois de Cristo.

A expressão Minha Igreja, ou seja, a Igreja de Jesus - de fato - é dele e é única e soberana. Não há duplicata. Ele a quis como o Pastor Verdadeiro ou Bom Pastor que conduz o Rebanho (o resto de Israel e todo o povo de Deus salvos pelo sangue de Jesus na Cruz e confirmado pela Ressurreição). A Igreja de Jesus é a Igreja Apostólica que começou suas atividades e missões em Jerusalém, depois se espalhou por entre as nações pela vida, sinais ou milagres, pregação e martírio dos apóstolos. A partir do ano 70, com a destruição do templo de Jerusalém pelo general romano Tito, os cristãos foram para outras nações - são as diásporas católicas (para Alexandria, Egito, Turquia, Mesopotâmia, Grécia e Itália).

Jesus não autorizou dividir a sua igreja em partes ou comunidades rebeldes. Houve 2 cismas por razões diversas como o cisma oriental e o cisma ocidental. Oriental com problemas de língua, doutrina e políticas. Ocidental por causa de Lutero, que desentendeu com o papa da época nas questões de Indulgências.

A partir desses cismas, a Igreja foi machucada em seu aspecto institucional e esteve sujeita ao poder e as corrupções, afastando-se do cerne do Evangelho.

Não posso ir à esquina e abrir uma igreja para mim. Pois a igreja é de Jesus. Jesus não me deu autoridade para isso. Tal atitude divide mais a igreja em fragmentos.

Coloca a Igreja em desintegração... sujeita à vontade de interesses outros. Afasta-se do Evangelho e do Único Pastor. Ora para que mais igrejas se Jesus criou sua Igreja? Mas, a história das igrejas vieram após os cismas. Lutero foi o gatilho para a divisão no Cisma Ocidental a partir do século XVI, na Alemanha.

O interessante é que a Igreja de Jesus foi aprendendo a se purificar com o tempo de seus erros políticos e vaidades. E graças a Ação Eficaz do Espírito Santo a Igreja recuperou a sabedoria e a doutrina com bons e santos papas, santos e místicos. A patrística foi o momento vivo depois da Bíblia, esta criação da mesma igreja, porque, sem a Igreja Católica Apostólica Romana não haveria jamais a Bíblia. Essa é palavra plural no grego que significa livros. No singular: biblion. Muitos bispos, teólogos, santos padres, tradutores (São Jerônimo por exemplo) foram mártires para que a Bíblia fosse conservada, defendida, lida, amada, divulgada, adotada com critérios coletivos sérios como: a interpretação sólida do magistério da Igreja por 2 mil anos. Antes não existia a bíblia! O que existia no Judaísmo eram as Escrituras, especialmente o núcleo básico a Tora (livros da Lei ou Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio) e os escritos em grego: Profetas, históricos e sapienciais.

PESQUISA MINHA: 1. O cânon do Antigo Testamento (BH e LXX) Bíblia Hebraica (BH) : Os sete livros a mais que se encontram na tradução grega dos LXX são chamados de “Deutero-canônicos”. 2.1. Os livros históricos da “Escola Deutero-nomística” (Js, Jz, 1Sm, 2Sm, 1Rs, 2Rs).

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Após a reforma luterana, tiraram 16 livros, considerados pelos reformadores ou protestantes como apócrifos, ou seja, livros de origem grega não eram inspirados para esses. Contudo, para a Igreja Católica Romana, Apócrifos são também inspirados - pois o Espírito Santo age e sobre em outras línguas e culturas o sentido da palavra de Deus para o bem dos homens e a glória de Deus. Então, a Bíblia católica desde o início conserva 73 livros inspirados ou canônicos ao passar da Torá judaica, da Septuaginta (grega) às vulgata (latina). No Antigo Testamento, há 46 livros, enquanto no Novo Testamento existem 27 livros.

Com o Vaticano II, a Igreja Católica Romana propôs o diálogo ecumênico e interreligioso. Atualmente, existe o CNIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, que trabalhava pastoralmente com a Igreja Católica Romana em sugestões e ações como campanhas da fraternidade e outras iniciativas.

Jesus lhe chama Pedro de Céfas, Pedro, Pedra da Igreja, alicerce da Igreja comunidade apostólica, que levou o nome de Jesus para todas as nações daquela época. E os apóstolos foram martirizados, exceto João o Discípulo Amado. Esse passou por tantas provações, torturas, foi exilado com grupo de cristãos ou católicos na Ilha de Patmos. João escreve a várias igrejas ou comunidades sob sua autoridade ou que confiavam nele. A carta do Apocalipse fala dessas igrejas e de seus defeitos e qualidades.

Jesus dá o poder e as chaves a Pedro para continuar a governar, administrar e santificar a Igreja de Jesus. Una, Santa e Católica. Una porque o único fundador é Jesus. Santa ou pura por causa do sangue de Jesus Salvador. Católica porque está no mundo todo.

São Paulo segue o grupo dos apóstolos, fica com Pedro em Jerusalém por 5 anos aprendendo o Evangelho e depois pregar. Paulo socorre os católicos de Jerusalém por causa da fome que dominava as comunidades. Paulo morre uns meses depois de Pedro em Roma, por causa do incêndio de Nero. Esse imperador colocou fogo em Roma e acusou os cristãos.

Essas chaves entregues a Pedro - o primeiro Papa da Igreja - Líder dos apóstolos em Nome de Jesus - significa tais chaves o poder de modificar o que pode ser modificado e contornar o que deve ser feito para não transgredir ao Evangelho e o andamento da Igreja como comunidade de fiéis e seguidores de Jesus sob a autoridade de Pedro, escolhido por Jesus entre os 12 apóstolos e 72 discípulos (esses ficavam em suas cidades e aldeias para receber Jesus quando por lá passasse.).

As portas do inferno significa as realidades contra o Reino de Deus pregado por Jesus. Nesse sentido, cabe a Jesus nos defender contra o maligno e colocar Pedro e a Igreja salvos contra o Inferno. Nada pode abalar a Igreja de Jesus, porque é o próprio Deus em Jesus, Filho de Deus, que a pensou, amou, quis, fundou e organizou para sempre, ou seja, até a chegada da Eternidade, onde Jesus entregará ao Pai toda a humanidade fiel.

J B Pereira

Filosofia e teologia no seminário arquidiocesano Santo Antônio

de Juiz de Fora entre 1982 e 1988.

26/12/2023.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 26/12/2023
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