Não sei se é fato, ou se é fita...
...nem sei se é fita, ou se é fato, o fato é que ela me fita, me fita mesmo do fato... Esse trecho de cantiga de roda chegou-me pela via oral nas rememorações das titias Rita, Vicentina e Isabel que, com pai, mãe e irmãos menores, mudaram-se em 1924 do depauperado povoado da Onça para o dinâmico povoado de São Gonçalo do Brumado, onde havia uma fábrica de tecidos, e consequentemente, oportunidades de trabalho para a moçada do Velusiano Miranda e de sua Inhana.
Conquanto poucas as atrações naqueles anos de duro regime de trabalho, elas eram certamente muito bem disputadas e desfrutadas pela comunidade operária de procedência vária, que ia se formando no lugarejo. E tudo parecia belo, como sonhos se tornando realidades: a densa e variegada vegetação, o aprazível rio São João, a charmosa, ainda que singela capelinha, o campo de futebol, de permanente e lustroso gramado, para os folguedos da rapaziada, e a torcida entusiasmada ... e os suados mas seguros cobres que a crescente empresa pagava com razoável regularidade...
As diversões brumadenses, talvez mais intensas do que aquelas proporcionadas pelo "recreio" de fins de tarde que se fazia na vizinha cidade de Pitangui, sede do município, davam margem a caçoadas de lado a lado... e propiciavam inventivas canções de roda que animavam as disputas.
E os namoricos, namoros sérios, noivados e casamentos se faziam em velocidade quase tão estrepitosa quanto a do ruído dos teares e dos filatórios...em desafio permanente à sisudez de algum gerente impertinente... ai sêo Julinho, o torrão do eito é grosso, finca o pé bem na estrada que o país é um colosso...