O DIA DA SAUDADE
A vida é uma corrida.
Bastões vão mudando de mãos:
chama permanentemente acesa,
cada atleta se desvencilha do seu,
passando-o para um outro atleta
se a volta estiver completa.
No transcurso,
ultrapassamos e somos ultrapassados.
Corremos, lutamos, suamos...,
sempre na mira do melhor resultado.
Chegará o momento em que,
para cada um de nós, a corrida termina,
não para o bastão, que não para.
Ele apenas muda de mão e continua
sua marcha sem tempo estipulado,
uma vez veloz, outra com vagareza,
no mesmo plano, mesma direção.
Os que o repassam são considerados
atletas vencedores ou perdedores,
conforme viveram, conforme treinaram,
conforme aprouveram ou desperdiçaram
as chances oriundas dos patrocinadores.
Esse bastão, portanto, símbolo da vida,
jamais encontrará a barreira derradeira.
São incontáveis os que o conduzem em
infindos pontos de chegada ou de partida.
Cada atleta que esteja alerta
e se esforce pra dar a sua volta completa.
(fernandoafreire.net)
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Comentário feito no rodapé da crônica “Passou o Dia dos Mortos”,
do literata Damião Ramos Cavalcanti, em 06/11/2011
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Caro Damião:
Vai o meu abraço.
não de dia de finados,
efeméride que, na realidade,
deveria ser transformada
no DIA DA SAUDADE.