SENSO DA SAUDADE NA IMPONÊNCIA DE UM VAZIO
Envolvido pelo manto escuro da noite que passa...
Fico contemplando a escuridão dado ao silêncio...
E o meu sono não vem, não há portal pra isso...
Preciso dormir e sinto que encontrarei a luz...
Quando a manhã começar com o surgir do sol na linha do horizonte!
Como eu queria dormir e sair um pouco dessa imponência...
Poupar-me das turbulências que a realidade me apresenta...
E me sinto fragilizado diante de tantas grandezas!
Sem forças para me dispor para mais um dia, mais um etapa...
Mais uma página para os meus olhos perceberem o mundo...
Meus olhos que contemplam o mundo com se tudo...
Tudo estivesse tomado por uma imposição na vastidão ao vazio!
Sem atividades, sem propósitos, sem finalidades, aqui estou...
E percebo que um clarão se confirma ao leste...
O Sol estará por vir depois de uma noite longa e escura...
Em que a intensidade com a obscuridade sem meios...
Ela confrontou numa envolvência contra a minha visão...
Contra a percepção ao que se passa diante de meu ser...
Onde uma imposição com a ausência de sono
Isso tão somente trouxe para a minha linha de fato, apenas o senso de vazio...
Uma triste apreciação do nada que se formou a partir de tudo...
O que o mundo se tornou sem seu sorriso?
Sem sua voz, sem sua presença, sem suas idéias e as suas realizações...
Sinto-me tão estranho como faltasse a minha própria essência...
A ponto de ter todo espaço além da atmosfera...
Como se fosse a definição que se instalou em minha alma...
Para os meus olhos, para a minha estrutura física...
Pra minha capacidade em conciliar o que pertença ao passado e o presente que decorre, acontece diante de meus olhos...
E lembro-me de coisas simples que era de seu comportar...
Como o fato de buscar formações em figuras...
Por nuvens desenhando aleatoriamente na atmosfera, imagens...
Figuras moldadas à força dos ventos nos ares, na atmosfera...
Se formando naturalmente no céu...
Sua precisão em detalhar observações nos aspectos formais das flores...
Nas cores que estamparam na atmosfera, nas coisas, no mundo...
Isso quando olhávamos para o horizonte e observávamos o mundo...
Mas os ventos que moldam e movem as nuvens...
Eles parecem ter levado você pra tão distante de minha alma...
Tão fora do alcance de minha visão...
Uma distância a ponto de substituir com o frio, o calor que antes era do expandir além de si...
E hoje apenas o vazio...
Apenas o vazio se formou diante de mim agora...
Fora da realidade, as verdades atualizadas me assolam com fatos...
Como se expandisse além da alma rumo à fora...
Uma linha de intensa dor em razão de não mais te ver; Não te sentir em um abraço sincero para a identificação física; Não mais poder ouvir sua voz quebrando o silêncio...
O silêncio agora é um castigo com intensidade...
Que me abarca diante de um mundo amplo e vazio...
Percebo que o sol está surgindo novamente...
Para iniciar uma nova manhã, diante de meus olhos que testemunha os acontecimentos para tal...
E não tenho motivações para as ocupações na vida...
As coisas do mundo, elas parecem ter perdido as razões...
Não percebo importâncias no mundo, se hoje falta algo que é insubstituível...
E assim, eu busco enganar os sentidos de minha consistência física...
E explorando os poderes da imaginação...
Fecho os meus olhos e te formalizo em mente sorrindo diante de mim...
Imagino você aqui bem pertinho de meus olhos...
Ao alcance de meus braços e suscetível ao abraço...
Mas a realidade e os tempos imponentes...
Os ventos que se chocam contra minha face, contra a minha estrutura física...
E me comprovam apenas uma dura verdade que é impiedosa...
De que tão somente o vazio é que ocupa o seu lugar...
Em solidão, eu sigo pra rumo nenhum quando enquanto me movo por lugares...
Sem ter aonde chegar e sem ter ao porquê alcançar...
Buscando nem sei o quê em verdade...
Situo ao tempo consumindo bebidas que alteram meus comportamentos...
Substanciais que até me trazem sorrisos amarelos instáveis, inseguros...
Que não retratam a minha verdade...
Na parte superficial de minha face que oculta...
O que verdadeiramente se mantém em minha alma...
Apenas um senso de vazio e a ausência de propriedade...
A incapacidade de pertencer ao tempo e lugar precisamente...
Com o que de fato acontece e com o que decorre pra realidade diante de mim...
E aqui estou olhando pro horizonte!
Na vã expectativa, que talvez até seja insana...
De que os ventos que moldam figuras no céu, eles venham formar a definição de sua face na estampa atmosférica com os rastros de nuvens, que temporariamente permanecem ao alcance de meus olhos...
E essa movimentação de nuvens na estampa atmosférica...
Ativa mais ainda as lembranças de você aqui...
Em solidão eu posso ouvir as batidas de meu coração...
E sinto o aperto que sufoca minha alma...
Enquanto o silêncio impere diante de mim...
E assim, eu contemplo a envolvência do vazio que afixou!
JGWelbor/CNS