Desabafo: Mãe (Parte 1)

A coisa mais fácil para me fazer chorar é "amor de mãe" em filmes . Acho lindo o sentimento e sacrifício pelo bem estar do filho, mas infelizmente é algo que não tive o privilégio de ter nessa vida e ainda me culpo.

Como um bom canceriano lembro de muitas coisas como fosse ontem, coisas da qual na fase adulta já seria uma memória vaga.

Quando eu era pequeno, minha mãe era minha deusa, não fui criado com religião afinal, Deus era tão real quanto Pikachu.  Lembro que ela sempre falava "e se eu morrer" pra tudo que eu fizesse de errado. Lembro que eu chorava abraçando a camisola azul claro dela escondido com cheiro do perfume "Aqua" do Davidoff. Tinha pesadelos constantes com o pensamento de perca e era meu único medo na vida.

Achava estranho que ao longo da minha infância ela sempre tinha prioridade em tudo, seja pra presente, comida, e até para mudança de casa. Meu primeiro, sexto e oitava ano na escola havia trocado de escola três vezes em menos de 1 ano em cada vez e era sempre porquê ela enjoava da "moradia".

Quando meu pai foi preso em 2004, vi o mundo dela desabar enquanto policiais armados enchia o apartamento. Fiz de tudo pra acalmar lá mesmo tendo 13 anos e não esta compreendendo o que realmente estava acontecendo. Ela decidiu vender tudo e se mudar para o Brazil, aonde tudo seria mais fácil segundo ela, o valor das coisas vendidas, prevenia ela de trabalhar e viver uma vida boa. Nada obrigou ela deixar os EUA, além da obrigação de voltar trabalhar e pagar aluguel.

De casa em casa, mudei. Um país totalmente diferente do que eu estava acostumado, sempre por motivo que minha mãe havia brigado com fulano ou fulana, pessoas de uma família que eu nem sabia que existia.  Após meu pai chegar no Brasil, após meses preso. Pensei finalmente as coisas vão voltar ao normal e logo posso voltar ao meu país, foi aí que pioraram.

[  ] Dinheiro das coisa vendida uma parte foi passado a mão por parentes e outra por gastos impulsivos na esperança de agradar ou pra mostrar que estávamos bem de vida. Como as coisas não eram igual nos EUA, minha mãe passou a fazer greve de sexo e meu pai por sua vez parou de comprar comida ou pagar a conta de luz no inverno, afinal só ele trabalhava.

Nessa mesma época, minha mãe com seu fascínio por "Feng Shui" e incensos, decidiu ir compra na loja esotérico mais próximo de onde estávamos morando. Mal entramos na loja e a vendedora que nunca vi na vida, alertou minha mãe que eu era um "imã do mal" e a menos que ela me mandasse pra um colégio de monge, tudo na vida dela estaria condenado a dar errado.

Minha mãe continuava sua greve de sexo, sempre desabafando e chorando com medo de contrair hiv por ser sexo sem capa com ele, mas principalmente por causa de mim e minha irmã, ela transava pra podemos comer, eu tinha 15/16 anos na época. Cerca de 1 mês após nossa visita a loja, meu pai finalmente decidiu juntar suas coisas e dar entrada no divórcio, sem aviso prévio. 

Na época do divórcio, tinha a sensação que estava no meio de uma guerra e se não optasse por ela, eu seria o causador de sua morte. Minha irmã era protegida acima de tudo por ser mulher, segundo minha mãe. Nisso deixei de ser filho do meu pai e ser apenas uma obrigação, até ouvi num Natal de família que não estava convidado por não fazer mais parte da família. Ao completar 18 anos, fui expulso porquê a pensão da minha parte acabou e era o pagamento por ela me aturar, fui morar com minha avó até o dia de me assumir gay.

Quando me assumi aos quase 19 anos, fui expulso na véspera do natal pela minha avó enquanto ameaçava de ligar para polícia e consequentemente voltei morar com meu pai e depois minha mãe novamente.

Durante os 6 meses que morei com minha mãe, eu era constantemente ofendido e as vezes agredido, eu levava culpa por ter nascido de 10 meses e deixado uma cicatriz pós cesariana que impedia dela conseguir um marido americano (enquanto casada com meu pai), de ser o único causador de estamos no Brasil, pelo divórcio, minha simples existência era a raíz de todo mal que afetou minha mãe ao longo da vida dela e quanto ela seria feliz se eu simplesmente não existisse.

No final, devido os móveis que veio dos EUA e ela não querer vender ou doar ao longo de 5 anos (ela tinha esperança de casar com homem rico), ser despachado em casa aonde dormíamos em um quarto pequeno dividido com tios e tias, num dia de chuva. Ela chegou da praia no dia seguinte e tentou me matar com um martelo pelo móveis ter molhadk, jogou um tijolo na direção da minha cabeça reforçando o quanto eu era um atraso na vida dela e havia estragado suas conquistas mais uma vez. Eu era só útil para dar o c* e nada alem.

Passou se anos, da qual nesse meio tempo tentei inúmeras vezes perdoar e reconstruir uma relação, quando ela me procurava sempre arrependida.

Ao longo desses anos, ela deu em cima do meu primeiro namorado falando que era a versão feminina minha, me ligava de madrugada ameaçando suicídio se não ajudasse ela com valor X, me stalkeou durante anos por redes sociais sempre comentando em fotos minhas o quanto eu era "fdp: e ela inocente. Eu era odiado como se eu fosse o ex marido dela e Satanás ao mesmo tempo.

Esse comportamento de narcisista acabou me afetando até o dia de hoje e vejo que sempre acabei namorando caras similar a ela que resultou em agressão, ameaça? estupro, traições, ist e roubo.

Quando eu decide tatuar uma rosa sangrando no meu corpo, foi o dia que decide por mim mesmo que ela havia morrido, afinal nome da minha mãe é Rosa.

Christopher H Galafassi
Enviado por Christopher H Galafassi em 28/10/2023
Código do texto: T7918677
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