10 anos se Passou

Se eu pudesse guardar esses 10 anos em um pote, eu acho que eu não teria guardado um segundo sequer e me parece que minhas memórias mesmo que distantes parecem frescas como tinta que acabou de ser passada num tijolo no muro. A contar daqui, 2013 foi o ano da minha vida, na verdade 2013 foi um ano e tanto. Tantos sonhos para sonhar, outros para abandonar, tantos amigos para conhecer e esquecer, tanto conhecimento para esbanjar e tantas outras coisas boas que jamais serão contadas, pois foram vividas.

Acho que aproveitei bem o tempo que se transcorreu, pois olhando algumas fotos pude graciosamente ver que “quando acordo, não tenho mais o tempo que passou” e sim todos os segundos que vou viver daqui adiante. Se me foi permitido, eu digo que o “tempo passou, claro que passaria”, mas obviamente eu me reconstruí a cada dia, aprendendo a voar olhando para um céu distante e circundante findando e se encontrando no horizonte com uma grama verde e coberta de orvalho. Vendo isso, sinto-me com a língua presa e engasgado para entender essa criatura mística que sou eu buscando por grandes esperanças.

Sou um cachopo de lugar nenhum que gosta de viver, que acredita em músicas melancólicas, filmes com finais felizes, segredos de liquidificador e garotos com sorrisos sinceros. Afinal, “viver é bom, partida e chegada” pois melhor do que partir é voltar e não me enganar dos caminhos que posso seguir, se é que meus próprios passos não tenham me enganado.

Fiz uma lista mentalmente das coisas que vivi nesse tempo que passou e posso ver que estive vivendo todo esse tempo numa corrida para entender o que eu faço com esses números ou tentando curar coisas dentro de mim com medo dessa coisa que me tornei. Se vocês verem esse garoto aqui querendo ir embora, deixe-me ir, pois o tempo que vivi até aqui, ainda não foi o suficiente para eu me encontrar.

Sabe, eu acho que fui o próprio assistente de um mágico que vive dentro de mim buscando a fórmula perfeita de fazer as coisas sumirem e aparecerem sempre quando for conveniente. Tem um filme que sempre passa minha cabeça que acho que vocês possam gostar: é eu correr de mim mesmo, mas me encontrar nas correntezas da vida que eu sei que não são as mesmas como sempre foram. Neste mundo estamos sozinhos, assim como sempre estivemos e foi exatamente assim que eu a evolução de minha mente se perfez nas manhãs frias quando eu me reconheci pelo espelho e vi um mundo doente.

Deixando a melancolia de lado, quero ouvir os sinais do tempo até que meu show final aconteça, quero viver a vida numa noite enluarada, me apaixonar pela vida, mesmo que somente por ela, sem saber se já estive aqui antes ou não. Quero gritar e quebrar os dogmas da atmosfera que dissimulam minha fé temerosa e fiel a um Ser maior. Quero chorar de alegria, morrer de amor, ver o sol nascer e errar mais. Só não quero deixar de ser eu, porque de todos esses 10 anos que passou, eu no mais fundo da minha consciência, faria tudo exatamente igual.

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Jeferson Martins
Enviado por Jeferson Martins em 28/09/2023
Código do texto: T7896551
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