DIMENSÕES DO EXISTIR: HIPPIE E ANDROIDE
HOUVE MUITOS ACONTECIMENTOS EXCÊNTRICOS, SINGULARES, INCOMUNS NA CONVIVÊNCIA ENTRE "A MOCHILEIRA" E O JOVEM HIPPIE PAULISTA. O SIMPLES FATO DE UM PAULISTA SER UM HIPPIE, POR SI MESMO JÁ CAUSAVA ESTRANHAMENTO. PAULISTAS E PAULISTANOS SÃO EDUCADOS PARA "SE DÁ BEM NA VIDA": TRABALHAR, CARTEIRA ASSINADA, IR À LUTA, NAMORAR, CASAR, GANHAR DINHEIRO PARA SUSTENTAR A FAMÍLIA. ESSA É A VIDA QUE AINDA NEM COMEÇOU E JÁ TERMINA EM RESPONSABILIDADES QUE MUMIFICAM O COMPORTAMENTO DE UM SER HUMANO DESTINADO A SER ESCRAVO. QUE POSSIBILIDADE DE AMPLIAR O CAMPO PERCEPTIVO DE UM SUJEITO DIRECIONADO AO HORÁRIO DE TRABALHO??? A CUMPRIR ROTINAS E SE TRANSFORMAR EM UM ROBÔ BIOLÓGICO COM TODA A VIDA PROGRAMADA DURANTE DÉCADAS, A FAZER AS MESMAS COISAS, COM ALGUMAS VARIANTES AO PASSAR DOS ANOS, ENTRE O CAFÉ DA MANHÃ E A NOITE DE SONO, ATÉ A MANHÃ DE UM OUTRO E MESMO DIA??? "A MOCHILEIRA" (OUTRAS MOCHILEIRAS) PLANTAVAM A SEMENTE DO QUESTIONAMENTO DA FALTA DE LIBERDADE DE UMA GERAÇÃO PROGRAMADA PARA PASSAR A VIDA INTEIRA SE ADAPTANDO À ROTINA DE UM ANDROIDE???
(P.S: TEXTO DA SEQUÊNCIA DE DIÁLOGOS ENTRE A RECANTISTA LÉLIA (POETA, ENSAÍSTA, PSICÓLOGA) E O PROFESSOR, ESCRITOR E AUTOR DO ROMANCE "A MOCHILEIRA").