Minha queda, minha base

Um carro se perdeu na curva e invadiu a contramão, sendo atingido com força. A batida foi muito feia: peças de carro voando por todos os lados, sonhos e vidas também. Foi por esse momento que se rasgou meu peito, minha mente e minha alma. É desses eventos que deixam marcas eternas. É quando as ações de um único momento impactam toda a posteridade. É o bater de asas da borboleta.

Eu chorei, eu sofri, eu desabei em queda livre. E eu nem tinha ideia do que era tudo aquilo. Só tinha sentimento, sofrimento e saudade. Perdi grande parte da minha base, que até hoje não achei e sei que não acharei mais. Existem colos que são insubstituíveis.

E foi aprendendo com esse sofrimento, com essa sensação de estar solto e vulnerável em um mundo agitado e bruto, que hoje procuro dar o abraço, o colo e a base que forem necessários para uma parceria reconfortante, ou para um crescimento saudável, para aqueles que estão próximos a mim.

Quero eu ser uma base, uma rede de segurança que possibilite aos outros tentar saltos maiores, sem que sintam tanto medo da queda.