Paraná - Relato de Viagem
Paraná - Lapa, Vila Velha, Morretes, Antonina, Curitiba e Trem da Serra do Mar - Relato de Viagem
Fizemos um passeio surpreendente pelo Paraná! Já conhecemos Foz do Iguaçu, aquela genuína Maravilha! Desta vez, nossa direção foi o leste do estado. Embarcamos em uma excursão que contemplou cidadezinhas históricas e paisagens naturais muito lindas.
Depois de doze horinhas de ônibus (ô, indiada!), nossa primeira parada foi em Lapa. Aprendemos sobre esta que foi a principal “paragem” das rotas de tropeadas. Os famosos tropeiros do sul acompanhavam suas mulas, burros, cavalos, para sul e norte, e paravam lá. A vila cresceu, virou cidade, e tinha certo desenvolvimento cultural. Visitamos o grande Theatro São João, de 300 lugares!, impressionante pela arquitetura, conservação e charme.
Da herança dos tropeiros, pudemos experimentar a parcela gastronômica: o Feijão Tropeiro, com farinha, linguiça, carne de porco, bacon... uma delícia! Também ficamos conhecendo o sabor da tradicional Coxinha de Farofa, um lanche salgado que é típico da cidadezinha. Um chef muito empreendedor preparou para nós o inovador TropeirOnoff, o strogonoff de aipim.
Aprendemos que foi em Lapa o grande cerco da revolução federalista! Os chimangos (pelo governo) resistiram ao assédio dos maragatos (rebeldes) vindos do Rio Grande do Sul. A coisa foi bem feia. A cidade resistiu de tudo que foi jeito, com briga, diplomacia, suborno… Até que a cidade foi tomada, e os políticos, os militares e a população foram pegos. Hoje em dia, há esforços para dourar o nome dos lapeanos envolvidos na encrenca. Existe lá um imponente prédio (que eu nunca tinha visto igual no Brasil, só na Europa) que guarda os restos mortais dos que se destacaram no Cerco: é o impressionante Panteão dos Heróis.
O município parece bem estruturado para o turismo. Tem quatro! museus, e o mix igreja- praça-coreto-passeio-limpeza-segurança. De fato, uma cidade pequeninha e encantadora.
Nossa próxima atração foi o assombroso Parque Estadual de Vila Velha, com seus arenitos esculpidos pela natureza. Incríveis formas parecem talhadas naquelas gigantescas pedras, de 25 a 30 metros de altura. Vimos furnas de 100 metros de profundidade ainda com água até a metade! Vimos uma lagoa dourada pela luz do sol na horinha mesma que passamos. Aprendemos sobre a formação geológica do Paraná, do Sul do Brasil, da África e do mundo todo! A imaginação e algum esforço permitiram a identificação de dezenas de imagens nas formações areníticas do parque. Pato, camelo, gorila, o “Sid”, gato, cachorro, macaco, caracol, leão, baleia, o índio bravo, o índio calmo, a índia, as torres, a garrafa, e a famosa taça! Essa parece mesmo a Copa do Mundo. Assim como em outras formações, a erosão da água e dos ventos atacou mais a base da rocha do que o seu topo, e isso formou a taça!
A seguir, no passeio, fomos para Curitiba. Oh, que maravilha do Urbanismo! Uma cidade grande que funciona! Limpeza, sensação de segurança, transporte público modernizado, abundância de áreas verdes, pessoas que seguem regras de civilidade no trânsito. Uau! E privilegiada na natureza: cheia de araucárias (“muitos pinhões”) e sempre com um friozinho.
Fizemos o passeio da Linha Turismo da cidade, visitando uns vinte pontos turísticos. Adoramos o Jardim Botânico! É uma obra de arte! Um espaço público verde bem cuidado que todo mundo curte! Adorei o Jardim das Sensações, com as plantinhas com formas e texturas diferentes e cheiros inusitados! E a área japonesa... supercuidadinha, um mimo! :-)
Visitamos também o Museu de Arte Oscar Niemeyer (“o Olho”), tri! E pertinho dali, o Bosque do Papa! com o memorial dos poloneses, coisa mais lindinha! As casinhas rústicas com rendinhas de madeira, as roupas típicas, as ferramentas dos colonos, a igrejinha e tudo. Até uma estátua (meio assustadora!) do próprio Papa Pop Polaco. :-) Comemos uma boa porção de pierogi, aquele pastel típico, recheado de ricota e cozido. Entramos no Museu Ferroviário, sediado na antiga Estação Central, e vimos que virou shopping, uma bela obra! Apreciamos a Ópera de Arame, os prédios históricos da cidade e o Memorial Ucraniano.
Então fizemos o maravilhoso passeio do Trem da Serra do Mar! Uau! Que paisagens belas! Montanhas, picos, vales, nuvens, floresta, araucárias, mata atlântica, rios, lago, cachoeiras. E que enormidade a obra da ferrovia, que bravos foram os pioneiros, engenheiros e peões (muitos dos quais morreram no trabalho), que construíram o caminho de ferro. E que baitas histórias a guia do trem nos contou sobre as peripécias para iniciar e concluir o big projeto!
Chegamos à cidadezinha de Morretes, famosa por seu prato típico: o Barreado. Provamos e gostamos muito! É uma delícia: carne cozida por dez ou doze horas, em uma panela “de pressão”, por ser vedada com barro (daí o nome). Tem um molho delícia de feijão branco, tudo isso misturado com farinha de mandioca. A carne fica hipermacia, adoramos o prato! :) A cidadezinha - igreja-praça-riozinho-passeio-coreto é a produtora de gengibre do estado, então experimentamos a sobremesa tradicional: sorvete de gengibre. Inusitado, mas tribom!
Vimos ainda a microcidadezinha de Antonina! Antigo porto da região antes de Paranaguá, permanece superconservada, bem portuguesinha colonial. Dali, a vista da baía é linda linda!
Encerramos o passeio do melhor jeito possível e imaginável: descobrimos que era dia de jogo do Grêmio lá mesmo em Curitiba! Contra o Coxa! E o estádio Couto Pereira, achamos, ficava a três quadras do nosso hotel. Que beleza! Chegando lá, a cantoria se ouvia a uma quadra de distância, era uma massa azul-preta-e-branca! Muita gente! E o melhor de tudo: no finalzinho da partida, já nos acréscimos, vimos o gooooool! E o Grêmio ganhou o jogo! :-)