México - relato de viagem
Fizemos um belo passeio ao México neste mês. Visitamos a sua capital impressionante, vários sítios arqueológicos importantes e alguns lugares de natureza exuberante.
A Cidade do México é das maiores do mundo, tanto em tamanho, como em população. E é cheia de superlativos. Sua catedral é a maior igreja da América Latina. Sua praça central (el Zócalo) é a maior do mundo (sim, maior que a Krasnaya Ploschad russa!). A Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe é a maior das Américas, e também é a mais visitada por motivos puramente religiosos (a de São Pedro, no Vaticano, claro que é a mais visitada, mas por motivos de turismo, e por motivos de ver-o-Papa). O seu Museu de Antropologia é um dos maiores e melhores do mundo (pudera, o México está formado por mais de 13 diferentes etnias e civilizações, desde os Olmecas, Aztecas, Mistecas, Totonecas, e muitos outros, até os Maias).
Visitamos as casas-museus de umas figuras revolucionárias: León Trotski, Frida Kahlo e Diego Rivera. As instalações ali são simples e revelam trechos da história dessas hoje entidades que inspiram a todos. Nesses lugares, a gente se sente próxima do dia-a-dia deles, e até ousa pensar em buscar nossos próprios talentos. Quem sabe se, para ampliar nossos horizontes, e até mesmo a sociedade à nossa volta, talvez só falte uma atitude corajosa da nossa parte, como a que tiveram esses caras?
Falando em impressionar-se, o Palácio de Belas Artes exibe murais gigantescos de Diego Rivera, incluindo o colossal "Homem, senhor do Universo", que me encantou. Aprecio muitíssimo as iniciativas de arte-para-todos expressas nas pinturas murais dos antigos governos socialistas (como em Moscou, por exemplo), e hoje em dia mais prosaicamente nos belos e expressivos grafites das nossas cidades.
Entre os lugares de natureza deslumbrante que visitamos, estão o Cañon del Sumidero, a Cascata de Misol-Ha e os saltos Água Azul. São "de encher os olhos"! A cascata tão lindinha no meio da selva mexicana, a água azul azul absolutamente azul do calcário limado das rochas em suas muitas quedas e bacias naturais para banho. E o Cañon, uau, um passeio de barco pelo rio formado no meio dos imensos despenhadeiros mostrou a cada curva uma nova esplendorosa paisagem de rochas, vegetação, rio, céu, nuvens, aves e até 'cocodrilos'!
Visitamos vários sítios arqueológicos, uns com nomes "facinhos", outros nem tanto: Tenochtitlán, Teotihuacán, Yaxchilán, Bonampak, Palenque, Uxmal, Chichén Itzá. As pirâmides astecas (mexicas) e também as pirâmides maias, com seus estilos próprios, encantam e impressionam. Fico abismada ao constatar, nas explicações dos excelentes guias, o avanço científico e tecnológico da astronomia, agronomia, engenharia, arquitetura e urbanismo. Essas civilizações pré-hispânicas (alguns desses povos viveram ali entre 3000 e 1000 anos atrás, outros entre 900 e 500 anos atrás) demonstravam uma engenhosidade fantástica (quase incrível frente às carências daquele tempo). Os métodos, técnicas e ferramentas das soluções encontradas para questões de marcação do tempo, plantio e colheita, organização do espaço, distribuição de água e comida, e relações sociais, puxa, parecem muito avançadas.
Sua diversidade e seus jeitos de viver têm muito a nos ensinar. Até hoje.