Preconceito linguístico invertido
Existe um tipo de preconceito linguístico que está enraizado no DNA de alguns grupos que não conseguem perceber a heterogeneidade das línguas e, como consequência disso, rotulam, deselegantemente, os linguajares que se distanciam da norma-padrão. No entanto, parece-nos haver também uma forma inventada de preconceito linguístico — um segundo preconceito linguístico, se quisermos —, a qual é motivada pelos interesses ideológicos ou político-partidários de alguns esquerdistas.
Este último fenómeno, que combate preconceito linguístico com preconceito linguístico e social, é uma manifestação daquilo que passaremos a chamar de PRECONCEITO LINGUÍSTICO INVERTIDO, na medida em que passa as falsas ideias segundo as quais (i) a norma-padrão, por não ser natural, é propriedade exclusiva de uma elite e, o que é pior, que (ii) a escola não a devia ensinar a todos, sobretudo aos desfavorecidos política e socialmente, como se estes não tivessem condições (física, psicológica) para aprender esta ou aquela norma.