Variação linguística e a utopia de um Português único
Alguma vez você já parou para pensar sobre as diferenças encontradas entre o português falado e o português escrito no nosso país?
No Brasil, há um distanciamento entre a utopia gramatical da língua homogênea e a realidade oral dos nativos.
A norma padrão busca manter um português voltado para os moldes europeus, com regras prescritivas da língua, ainda numa tentativa colonizada de adorar o que vem de fora e ignorar e mesmo discriminar o que é realmente brasileiro.
A fala, por sua vez, é mais dinâmica do que a escrita e por isso ocorrem variações, já que a língua falada é viva, pulsante, e a cada dia apresenta variações que se adaptam a um grupo e tornam-se aceitáveis naquele meio.
Um exemplo dessas diferenças entre o português padrão (escrito) e o coloquial (falado) é relativo ao uso e posição pronominal, como no caso do uso da mesóclise (tornar-se-ão, buscar-te-ei, ouvir-te-ei). Dificilmente encontraremos brasileiros falando assim, e pode-se dizer que o uso desse artifício é encontrado em discursos muito específicos, por vezes poéticos, que buscam um efeito mais floreado e pouco usual da língua.
Podemos entender a variação linguística como as várias formas em que uma língua se apresenta, de acordo com aspectos regionais, sociais e culturais, não tomando a norma padrão como forma única, e ainda assim tornando a comunicação fluida entre os nativos de uma língua.
A língua falada tem pressa em expressar o que se quer dizer.