Fenómenos Fonéticos: do Português Europeu ao Português Angolano

Ao contrário do que faz uma boa parte de livros didácticos de Língua Portuguesa ao comparar sempre – quando o assunto é sobre os fenómenos fonéticos – o PE e a língua latina, nós, por motivos de amor à pátria e de querer descrever a realidade linguística do PA, aqui comparamos o PE com o PA, uma vez que o segundo deriva do primeiro.

O latim é, como é do nosso e do seu conhecimento, uma língua bem “crescidinha”, “velhinha” e, na nossa maneira de ver, já não merece assim tanto a nossa atenção, uma vez que já consegue caminhar sozinha. Em comparação ao PA, trata-se de uma variedade ou língua em formação que necessita do olhar de todos, eis a razão por que contrastamos, aqui, o PE com o PA.

Ao afirmar isso, entretanto, não pretendemos aqui dizer que estudar latim não é importante. Pelo contrário, para conhecer a língua que hoje falamos e escrevemos é necessário que voltemos à origem da língua portuguesa, para que possamos compreender o nosso presente e, em última instância, prognosticar o futuro.

Assim sendo, muito do que é visto hoje como erro, a nosso ver, não é nada menos nada mais que uma simples exemplificação prática do que se registou na transição do latim para o português, onde, ao nível semântico, lexical, morfológico e fonético, muitas palavras sofreram determinadas transformações. Ao que nos parece, e de acordo com os exemplos que aqui trazemos, tal transformação não ficou só por aí, ou seja, entre o latim e o PE, uma vez que também podem ser registados, em plena actualidade linguística, entre os “portugueses” europeu e angolano, fenómenos muito comuns a línguas vivas.

Fenómenos Fonéticos

Como refere Matos (2012:47), “na sua morosa evolução do latim para o português, as palavras foram sofrendo muitas alterações ao nível da sonoridade, o que se reflitiu, inevitavelmente, numa mudança na grafia das mesmas”.

Assim sendo, se do latim para o português europeu houve alguma alteração, evolução e transformação fonéticas, embora sigamos o padrão europeu, o normal é também que ocorra o mesmo entre o PE e o PA, e não se verem essas ocorrências como “erros”.

Para que o PE fosse o que hoje é, é porque se serviu dos fenómenos fonéticos para construir uma base lexical e fonética tão forte que hoje conhecemos, que já não é uma língua dependente da latina, senão mesmo uma língua autónoma e com regras próprias.

Como sabemos, o português foi levado para Angola pelos portugueses, isto num período que durou cerca de cinco centenários. Levado, ele foi-se evoluindo de acordo com a nova realidade sociocultural que em Angola encontrou, acabando por ser moldado e adaptado à realidade local, ganhando, portanto, alguns aspectos gramaticais próprios, que, na sua maioria, o faz divergir do PE.

Tal como o PE fez ao latim, o PA está, contemporaneamente, a fazer o mesmo. O PE serviu-se de inúmeros fenómenos fonéticos para alterar algumas palavras latinas, suprimir alguns morfemas e adicionar outros à morfologia de certas palavras latinas, bem como estender ainda mais a semântica de certas palavras. Apesar de se estar numa época em que o português ganhou o estatuto de “contemporâneo”, a verdade é que os elementos que o ajudou (ou ajudaram) a ser o que hoje é, no caso dos fenómenos fonéticos, não desapareceram totalmente na oralidade, pois ainda é visível, inclusive na escrita, a presença daqueles metaplasmos e, em se tratando de uma língua viva, ao contrário do latim, para nós é muito normal que o antigo processo registado há cerca de 4 séculos ainda seja recorrente nos dias de hoje, pois “as línguas são organismos vivos em permanente evolução” (Estrela et al, 2014:17).

Matos (2012:47) convida-nos a despir-nos da ideia segundo a qual a modernização no português constitui em si a ausência dos fenómenos fonéticos, uma vez que, nos dias que correm, a presença daqueles metaplasmos, na oralidade e na escrita, é recorrente:

“Não se pense, contudo, que o estabelecimento do português contemporâneo significou o término destes fenómenos evolutivos. Relembrando que a língua é um instrumento em constante evolução, alguns destes fenómenos continuam bem vivos e surgem, na oralidade, com uma interatividade surpreendente”.

Apesar de haver muitos no português falado em Angola, que marca passos embrionários para a sua autonomia gramatical, é possível depararmo-nos, na fala angolana, com os seguintes fenómenos fonéticos, aos quais associamos alguns surgidos do contacto directo entre o PA e as LBA:

Fenómenos de Supressão

Como o próprio nome já diz, tal grupo se refere à eliminação de um dos morfemas no princípio, no meio ou no final de certa palavra, alterando assim a sua estrutura gráfica e fonética oficiais. De recordar que tal procedimento pode ser de forma dupla, isto é, quando dois morfemas são eliminados.

Assim, quando ocorre no início de uma palavra recebe o nome de aférese; quando se regista no meio de uma palavra, recebe o nome de síncope; quando, para terminar, ocorre no final de uma palavra, recebe o nome de apócope. Este grupo de fenómenos fonéticos é o responsável pela aparição das seguintes supressões no português falado em Angola:

Variante angolana:

Nós ØtamoØ bem;

Vou falaØ depois;

Eu vou pØra casa.

Variante europeia:

Nós estamos bem;

Vou falar depois;

Eu vou para casa.

Em a), quanto à variante angolana, regista-se uma supressão dupla de morfemas, isto é, no princípio da palavra (aférese) e no final (apócope). Em b), verifica-se uma supressão no final da palavra (apócope) e, por fim, uma no meio da palavra (síncope), isto em c).

Na verdade, é um aspecto comum, pelo menos nas variedades brasileira, moçambicana e angolana do português, a supressão do “r” final em formas verbais no infinitivo e, consequentemente, as já flexionadas, no caso particular daquelas que indicam as primeiras pessoas do plural cuja desinência é “s”. Dito de outro modo, os falantes daquelas variantes têm a tendência de suprimir os “esses” e os “erres” em situação final da palavra.

Fenómenos de Adição

A adição não é nada menos do que o acto de adicionar alguma coisa à outra. Numa linguagem propriamente linguística, aqui se refere ao acréscimo de um morfema a uma palavra que, quanto à ortografia e som oficiais, não o possuem.No entanto, a adição pode acorrer no início da palavra, que recebe o nome de “prótese”, no meio da palavra, que recebe o nome de “epêntese” e, para terminar, no final da palavra, que recebe o nome de “paragoge”.

Variante angolana:

Peneu; pineu, adevogado;

Soli; Sali; comeri; beberi; cantare;

Avoar; alembrar.

Variante europeia:

Pneu; advogado;

Sol; sal; comer; beber; cantar;

Voar; lembrar.

Como vimos, em a) registam-se, quanto à variante angolana, as presenças de dois “ês” e um “i” epêntecos no meio das palavras acima que, do ponto de vista padrão, não necessitam deles; em b), porém, registam-se alguns elementos estranhos às morfologias dos nomes “sol”, “sal” e dos infinitivos verbais “beber”, “comer” e “cantar”, no caso de “i”, no final de sol e sal, e “e”, no final dos infinitivos verbais já mencionados; e, por último, em c) verificam-se alguns acréscimos às palavras que, inicialmente, não acarretam aqueles morfemas.

De acordo com Bagno (2007), os fenómenos acima aludidos registam-se também no português contemporâneo do Brasil, muitos deles semelhantes aos que se registam hoje no português angolano.

Para Gomes e Cavacas (2005) e Calossa (2016), trata-se de algumas interferências das línguas bantu no português falado em Angola. Porém, tais fenómenos, ao que nos parece, registam-se mais em falantes de pouca ou nenhuma escolaridade, o que não implica que os mais letrados não sejam afectados também por tais fenómenos.

Fenómenos de Alteração

Quanto aos fenómenos de alteração, podemos mencionar os seguintes:

Palatização

Na história da transição do latim para o português, registaram-se inúmeros fenómenos linguísticos que, de forma eficaz, ajudaram a converter certas consoantes, certas vogais e certos grupos consonânticos aos equivalentes em português, e foi assim que se foi constituindo o léxico português: por adições, supressões, alterações, extensão e evolução semânticas, bem como evolução e transformação fonéticas.

Na transição do latim verificou-se, dentre inúmeros fenómenos, um denominado por “palatização”. Palatizar é transformar uma consoante ou grupo consonântico numa consoante palatal. Dito de outro modo, é alterar a zona de articulação de uma consoante. Por exemplo /m/, quanto à sua zona de articulação, é uma bilabial. Com aquele processo, o /m/ pode passar para / λ /, que é uma consoante palatal. Passando, o nome do fenómeno passa a ser “palatização”. O contrário passa a ser despalatização, que é o acto de despalatizar uma consoante palatal, como é o caso de [li] em vez de [λe].

O fenómeno acima é o responsável, no português falado em Angola, pela existência das seguintes palavras abaixo, onde a lateral /l/ passou para palatal /λ/ (ou grupo fonético-consonântico /lh/), e o /ni/ passou para a palatal /ŋ/ (ou grupo fonético-consonântico /nh/, para melhor compreensão):

[mubiλa] > mobilha (mobíLia);

[famiλa] > familha (famíLia);

[ãtoŋu] > Antonhu (AntóNIo);

[demoŋu] > demonhu (demóNIo).

Outras transformações (latim/português):

di > j;

li > lh;

ni> nh;

pl>ch; etc.

Por mais incrível que pareça e apesar de o português contemporâneo passar a ser falado a partir do século XV a XVI (cf. Matos, 2012), a verdade é que muitos daqueles fenómenos que se registaram na transição do latim para o português continuam vivos e, como diz Matos (2012), surgem ainda nos tempos actuais.

Rotacismo

Na formação da língua que hoje utilizamos, a portuguesa, este caso verificou-se indubitavelmente nalgumas palavras. Há muitas que hoje escrevemos e pronunciamos com L, mas que no passado,na época em que a língua estava em desenvolvimento (e que ainda continua), eram grafadas e lidas, à semelhança de saRdo, cuRpado, etc., efectivamente com R. Em outras palavras, houve uma troca de L por R. A isto a Linguística moderna dá o nome de “rotacismo”, que consiste na troca de L por R.

“Na visão preconceituosa dos fenômenos da língua, a transformação de L em R (...) é tremendamente estigmatizada e às vezes é considerada até como um sinal do “atraso mental” das pessoas que falam assim. Ora, estudando cientificamente a questão, é fácil descobrir que não estamos diante de um traço de “atraso mental” dos falantes “ignorantes” do português, mas simplesmente de um fenômeno fonético que contribuiu para a formação da própria língua portuguesa padrão”. (Bagno, 2007b:38)

De acordo com o autor acima, o referido fenómeno tem sido visto– por uma questão de ignorância científica e epistemológica – como um sinónimo de falta de letramento, uma vez que são esses – no caso daqueles que não tiveram um contacto considerável com a educação formal – que têm uma maior chance de trocar a lateral L pela vibrante R, por, talvez, desconhecerem a estrutura sonora e gráfica da palavra oficial.

Este fenómeno, curiosamente, regista-se também no português falado em Angola, donde se podem extrair as seguintes palavras: cuRtura em vez de cuLtura, aRguém em vez de aLguém, cuRpado em vez de cuLpado, cRiente em vez de cLiente, baRde em vez de balde, saRdo em vez de saLdo, enfim.

Segundo Bagno (2006), Luís de Camões também sofria deste “mal”, uma vez que em Os Lusíadas ele grafou ingRês, fRauta, pubRicar, pRanta, em vez de ingLês, fLauta, pubLicar e pLanta.

O inverso é denominado, pela Linguística moderna, de lambdacismo, fenómeno que consiste na mudança de R por L. Tal fenómeno, no nosso país, verifica-se mais em alguns falantes que têm algumas LBA como maternas,em que a vibrante R não faz parte do seu sistema alfabético ou fonético-fonológico e daí a sua substituição pela lateral L, como em “lolote” em vez de“roulote”, palavra que só se ouve em falantes angolanos cuja língua materna é kimbundu.

Vocalização

Ouve-se, e é recorrente, algumas pessoas pronunciarem baUde em vez de balde, caUdo em vez de caldo, ceUveja em vez de ceRveja. Tal caso verificou-se também na passagem do latim para o português, em que algumas palavras, na fala e na escrita, sofreram alguma transformação. Enganar-nos-emos se, até então, julgarmos que todo aquele processo de transição fonética e gráfica entre o latim e o português morreu no tempo, pois que, embora estejamos a utilizar desde o século XVI o português contemporâneo, ainda é vísivel, na fala de muitos, inúmeros fenómenos linguísticos que contribuíram para a constituição do português padrão. Por exemplo, este “oito” derivou de “octo”, em que a língua portuguesa, ao adaptá-lo, transformou a consoante C em vogal I, daí oIto em vez de oCto. Outro exemplo, reGno passou para reIno; aBsente para aUsente; e tantos outros casos.

Com efeito, apraz-nos dizer que a tranformação de uma consoante para vogal, vice-versa, cientificamente tem um nome e, à luz das Ciências da Linguagem, não é erro. É, em termos mais modernos e sofisticados, uma variante diferente da de prestígio ou, caso prefiramos, um desvio à norma-padrão, o que, em termos descritivos e linguísticos, é tudo, menos errado ou correcto. Àquele fenómeno a Linguística atribui, segundo Filho (2011), o nome de vocalização, processo fonético que consiste na tranformação duma consoante em vogal, o que se verifica exactamente acima: o /l/, coitado, passou para /u/.

Assimilação

A assimilação é um fenómeno linguístico que consiste, segundo Matos (2012:48), “na obsorção, por parte de um fonema, das propriedades fonéticas de outropróximo, tornando-se este igual ou apenas semelhante”.

Todavia, e importa aqui dizer, nem sempre ocorre uma igualdade ou semelhança. Exemplos: mondanha, endender, tamém, Samizanga.

Nos exemplos citados, importa-nos esclarecer que, por haver uma familiaridade entre algumas consoantes devido às suas zonas de articulação, a consoante [d], em mon[d]anha, assimilou a dental [t], uma vez que ambas, a depender do lexema, são produzidas no mesmo ponto de articulação. Por ser, uma tem a tendência de assimilar, total ou parcialmente, a outra.

Entretanto, cabe aqui dizer que, segundo Bagno (2007b:91),

“A assimilação foi uma força muito ativa na história da formação da língua portuguesa tal como a conhecemos, e que ela continua em plena atividade nos dias de hoje, produzindo lenta mas inenterruptamente a língua portuguesa dos próximos séculos”.

Nesta perspectiva, trata-se de um fenómeno fonético que se manteve – ou que até agora ainda se mantém – muito forte na fase evolutiva do português. Ao afirmar isso, não estamos a querer dizer que a assimilação morreu com o tempo ou que a história a fez sumir de vez, uma vez que, hodiernamente, continua no activo, isto é, a “confeccionar” a língua das nossas futuras gerações.

Causando estranheza ou não, a verdade é que a língua portuguesa, em tempos já idos, serviu-se dela para constituir uma boa parte de léxicos que hoje utilizamos no português padrão. Tratando-se de uma língua viva, sujeita à variação e à mudança, pensamos que na época actual e noutras ainda presenciaremos casos em que a assimilação será chamada a actuar, pelo que não nos devemos sentir estranhos a tal evolução fonética e gráfica das palavras.

Nasalização

Nasalização, como o nome já indica, é o acto ou efeito de nasalar, pronunciar nasalmente, tornar nasal, isto de acordo com o Dicionário Electrónico da Língua Portuguesa A-Z (s.d.).

Bagno (2007a:11) concebe-a como sendo “a transformação de um segmento oral em nasal”.

Matos (2012:49), como um fenómeno linguístico, define-a como sendo “o proceso pelo qual as consoantes n e m exercem influência sobre uma vogal oral, tornando-a nasal”. A título de exemplo, no português actual de Angola registam-se casos como [mãsã] em vez de [masã].

A este respeito, Bagno (idem), já citado anteriormente, assegura-nos que “essa tendência prossegue nos dias actuais”, adiantando que muitos falantes pronunciam exame como “inzami”, exigente como “inzigenti” e exemplo como “inzemplo” ou “inzempro”, aspectos que, segundo aquele autor, já existiam na fase arcaica do português.

O processo inverso àquele denomina-se por desnasalização, que consiste na omissão de uma consoante com propriedade nasal no interior de uma palavra. As sílabas, nas LB, nunca são fechadas, muito menos terminam com uma nasal que também nasalina a vogal antecedente. Por esta razão é comum ouvir em “bagagem” [bagaʒ], “viagem” [viaʒ]. Como exemplo, eis abaixo um excerto da obra “Manana”, de UanhengaXitu:

“Manana vai com o home dela […].” (s.d.:119) (negrito nosso)

Monotongação

De acordo com Seara et al (2011:43), “Monotongação é o processo pelo qual o ditongo passa a ser produzido como uma única vogal. Nesse caso, há um apagamento da semivogal”.

Dito de outro modo, é um fenómeno fonético no qual se regista a ausência de uma vogal que, ao lado de outra, formavam um ditongo. Neste caso, passa simplesmente a existir uma só vogal, e aí o nome “monotongação”. Ainda para aqueles autores, “Frequentemente, monotongam-se os ditongos [aj]. [ei] e [ow], os dois primeiros quando diante de [ʃ], [ʒ] e [ɾ], como em peixe [peʃe], queijo [keʒu] e freira [fɾeɾɐ]. Já o ditongo [ow] monotonga-se em qualquer ambiente”.

À semelhança do que ocorre no português brasileiro e, talvez, por influência das LBA, no PA encontramos casos de monotongação, tais como “lete”, “pexe”, “mantega”, “fiticero”, “peto”, “oro”, enfim. Acontece que nas LB, não tendo ditongos na sua maioria, a tendência no uso do português é eliminar a segunda vogal que forma a sequência vocálica. Muitos desses casos, no português de Angola são mais frequentes em falantes do grupo etnolinguístico bakongo, talvez por não existir tais ditongos na língua pertencente àquele grupo.

Ao contrário do que fizemos aqui, os nossos livros, embora organizados por autores nacionais, sempre tentam trazer à tona uma realidade tão longe da do estudante, talvez porque a norma que é oficial obrigue a isso. Dito de outro modo, o estudante nem sequer sabe latim, nunca ouviu falar sobre ele, não conhece o povo que fala tal língua, mas os exemplos que os livros nos apresentam são sempre entre o latim (língua morta) e o PE (diferente da realidade angolana), apesar de hoje em dia já ser possível comparar o que falamos à língua adoptada como oficial. Entretanto, para que este capítulo seja bem passado, a nosso ver, é imprescindível que esteja em jogo a língua que o aluno sabe – PA – e a que deve saber – PE, pois os fenómenos registados entre o latim e o PE ocorrem sistematicamente entre o PA e o PE.

Assim sendo, tendo o PA como um recurso didáctico para o ensino do PE, há mais chances dos professores atingirem os objectivos preconizados quanto a essa questão. Deve-se partir da realidade do estudante (PA) para se ensinar o conteúdo programático (PE), que na sua maioria é geralmente abstracto. O que acontece, porém, é que a realidade local tem sido desvalorizada, o que acaba por comprometer também o sucesso do ensino, fazendo com que os estudantes tenham uma péssima imagem da língua que falam, já que raramente os livros e a escola olham para ela.

CaetanoCambambe
Enviado por CaetanoCambambe em 14/08/2021
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