DEFECTIVIDADE VERBAL

Eu emerjo tudo aquilo que me imergiram e aturdo a todos aqueles que faliram, em algum momento, meus pensamentos e sentidos.

E exauro qualquer significado de compreensão dos vernáculos e vocábulos, aos quais aformoseio e coloro com expressões cultas e incultas do meu refinado e/ou parco saber.

Abulo opiniões que não me interessam e demulo conceitos pobres, podres e vazios.

Explodo pessoas, coisas, casas, carros, relacionamentos que não acrescentariam nem alterariam em nada a mera existência dessas mesquinharias humanas, mesmo que influenciem o nada que somos em meio a esse caos incompreensível.

Heraclitamente volto ao rio, cujas águas já não sendo as mesmas, perambulo Seixasmente minhas metamorfoses ambulantes.

Inda que seja pra falir, eu falo. Dane-se.

Defectivamente esculpo minha vida e esparjo todos os resíduos imprestáveis do meu ser no ventilador.

E urjo para mim mesmo: que eu não abula minha forma de agir e pensar. Haja o que hajar, doa a quem doer.

Assim esculpo a minha vida, assim carpo meus próprios pastos verdejantes.

Doravante só acudo a mim mesmo.

O resto, eu sacudo.

E tenho dito.

Alessa B e Axills
Enviado por Alessa B em 24/11/2020
Reeditado em 24/11/2020
Código do texto: T7119635
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.