SEU FULANO?
Francisco de Paula Melo Aguiar
É linguagem coloquial, claro!
“Seu” fulano ? Onde aprendemos nos livros da Língua Portuguesa e nossa gramática desde o primário até ao universitário, essa expressão “ Seu fulano”, como parte necessária e coerente de nossa Língua ?
Na escola, tivemos que decorar vários pronomes de tratamento no singular e plural, mas “ Seu” ? Algum professor pode citar algum livro oficial que aprendemos o “ Seu” como forma de pronome de tratamento?
Errar a gramática e concordância numa Língua é compreensível ( falta de oportunidade que a pessoa teve de estudar na vida, etc. é uma questão de educação pessoal e individual... )porém, mesmo sabendo que a linguagem está em desacordo com a concordância e “ continuar nesse erro” , aí a coisa já muda de figura. É uma “ tolice ou estupidez” assumida! E não adianta ficar dando “ desculpinhas esfarrapadas” .
O feminino de Seu é Sua. O masculino de “Dona” é “Dono”. Toda pessoa “sensata e honesta” que conhece um pouquinho de Língua Portuguesa sabe disso. Apesar das desigualdades sociais existenciais. O feminino de Senhora é Senhor.
Porém, querer insistir que o feminino de Seu é Dona ? Tenha dó , né ?
Querer insistir que o masculino de Dona é Seu ? Tenha dó , né ?
Então ,se esse escalabro pode ser feito, então podemos dizer que o feminino de Seu Fulano é Sua fulana. Direitos iguais.Concordância correta. Porém, se acham feio usar " Sua fulana" para uma mulher,idem para " Seu fulano". Certo ?
Você olha para um homem, e como sinal de respeito ,lhe dirige as palavras : “ Seu fulano” e ele pode responder : “ Seu”?..De quem ? Seu é um pronome possessivo. Pode ser Seu homem, Seu amante,..Seu dinheiro,..Seu carro, etc.
Agora, dizer que o masculino de Dona é Seu , tenha dó, né ?
Já está na hora de a gente por a mão na consciência e CORRIGIR essas incongruências ,..essas tacanhices,.. essas torpezas,..esses descalabros, da nossa Língua Portuguesa.
Então diga Senhor Fulano,!
Então diga Senhora Fulana! Aí sim.
Ora, se essa estapafúrdia lingüística não nos é oficialmente ensinada , então por que continuar a usá-la ? Alguns ainda escrevem como sendo “! “Seo” o que piora ainda mais , pois alguém já aprendeu “ Seo” em algum livro oficial de Língua Portuguesa como sendo pronome de tratamento “ culto” ou “ inculto” ? Não existe.
Seo( Seu) ? De quem ? Ora, se alguém pode chamar outra pessoa de “ Seu” , deveria também ser chamada de “ Sua” como pronome de tratamento , pois os direitos não são iguais ?
- Oi Seu José!
- Oi Sua Maria.
Se não gostar, então use o correto :
-Oi Senhor Fulano.
Oi Senhora Fulana.
Portanto, agora que aprendemos o correto, coloquemos em prática , pois “errar é humano, mas persistir no erro, é tolice” , diz um velho ditado.
A linguagem coloquial é a linguagem que evoca sem protocolo e hierarquia presencial ou online. É a linguagem dos iguais e da intimidade na relação entre os que se dizem humanos do mesmo nível e classe social. Para uns é falta de respeito e para outros é aproximação, amizade e intimidade pessoal.
Vejam bem, na Justiça não se chamam juizes, promotores e advogados de "seus" ou "suas", chamam de doutores, quando poucos deles são portadores de mestrados e doutorados.
E não é diferente com padres, pastores, pai de santos, professores, porque assim são chamados por seus empregadores e alunos, isso mesmo para cair na vala comum de quem pertence a outro nível social e profissional.
Assim é bom aprendermos nos colocar em nosso quadrado com grama ou sem grama.
Infelizmente existe gente que se acha em tudo sem nível de igualdade, motivo pelo "qual a coisa mais humana para você? - poupar alguém da vergonha?", segundo Friedrich Nietzsche.
A globalização envolve o tempo e espaço formal e informal, porém, nunca confundir a linguagem coloquial com a formal senhorial, inclusive nas relações e invocações do profano com o religioso em todas as religiosidades presentes no mundo na época internet ou rede mundial de computadores e de relações sociais formais e informais on lines na era da pandemia Coronavírus ou Covid-19, que chegou sem ser anunciada e não tem dia marcado para ir embora, verdadeiro carrasco de vida e morte que ameaça a humanidade.