Resgate dos valores morais/culturais é com as Línguas Nacionais.
Entre as maiores potencias europeias- aquelas que possuíam mais territórios/países ocupados em África- temos Portugal, Bélgica, Inglaterra e França. Cada uma tinha uma forma de lidar com os autóctones/natos das terras que ocupavam, estabelecendo políticas que norteavam os direitos e os deveres dos escravos e a relação destes com os seus senhoris. No que diz respeito as políticas, existiam dois grandes procedimentos que eram usados para reger essa relação colonizado vs. colonizador :
● um método denominado indirecterule em que o dominador não se interessa tanto com a manifestação cultural do dominado, ou seja, a preocupação não é procurar tornar o colonizado semelhante ao colonizador, porém a primazia é dada na exploração da matéria-prima do território ocupado e a mão de obra barata. Se há alguma virtuosidade neste método seria de dar a oportunidade de deixar os africanos a serem eles mesmos. Uma política muito presente nos países ocupados pela França e Inglaterra.
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● contrariamente está aquele método em que a preocupação do dominante não se limita apenas na exploração das riquezas dos dominados, mas também na manifestação cultural do colonizado. A cultura do escravo é vista como um inimigo ao bem-estar público ou da "civilização". Por isso qualquer que seja a manifestação cultural era vista como animalidade ou inferior. O escravo não deve dançar como africano, nem comer como africano, não deve sequer falar a sua língua. Ele deve procurar ser como europeu " assimilação'. A este método denomina-se de Directerule, muito usado nos países lusófonos.
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É na linha do Directerule que se colonizou Angola, com uma pressão forte sobre a nossa manifestação cultural que " quase" chegou a abafá-la com esta frequente preocupação em diminuí-la, torná-la enxuta, desprezível e igualá-la a animalidade o que acarretou até aos dias de hoje uma ferida que , a nosso ver, parece crónica cuja cura dá-nos a impressão de ser uma quimera,isto é, a perda dos valores morais e acima de tudo culturais que, na realidade, nos caracterizam, realmente, como angolanos e africanos que somos. Este método levou os escravos angolanos a alienarem-se,ou melhor, a sairem de si( o eu africano, ou mais especificamente bantu) mesmo e a darem lugar dentro de si mesmo o " outro", dito de outro modo, despiu-se daquilo que lhe caracteriza para dar lugar ao que é do outro ( daí allius do latim " outro") um certo processo que pretendemos denominar como " O processo do outramento".
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Com o processo de outramento, a africanidade da angolanidade ficou em uma crise abismal muito pior que a de 1929, uma vez que o angolano passou a desprezar tudo que revelava a sua africanidade e optou a uma outra epstemologia caracterizada principalmente pela ocidentalização. Seriamos tendenciosos se reduzíssemos as causas na colonização uma vez que com o aparecimento da internet e de outros meios tecnológicos surgiu aquilo que chamámos de Aldeia Global ou globalização onde os povos podem influenciar-se mutuamente, um aspecto que não é negativo apenas se torna tal naqueles países em que houve uma certa imposição de valores antes do aparecimento deste fenómeno( globalização) como é o caso do nosso. O que se vê, é um problema nacional na medida que o conceito de Angolano Africano passou a causar estranhamento na mente dos mesmos sem que se possa entranhar; vê-se um Angolano camaleão- como dizia o meu professor de Cultura Tradicional Bantu,pe Nunda- , alguns Angolanos Brasileiros outros Portugueses, Angolanos Norte- Americanos, Angolanos chineses, ou melhor, um Angolano camaleão cujas cores designam uma nacionalidade; o que pode aparentemente constituir uma dificuldade no conceito da angolanidade. Qual conceito de Angolanidade? Aquele que antes do geral passa pelo específico, isto é, antes o Angolano deve-se perceber como tal na sua etinia:
*Angolano Ocimbundu (a minha etinia);
*Angolano Mukongu;
*Angolano Lunda-cokwe e outros.
E mais tarde como geral Angolano Angolano. Esta dificuldade de conceituar a angolanidade deve-se grande parte ao processo de outramento, desprezo da nossa cultura.
Quem seria F. Rosevelt? E qual seria o New Deal?
Roosevelt seria o Estado angolano, isto é, o Povo, o Governo e as Instituições, todas estas entidades que constituem o Estado têm a responsabilidade de procurar formas, instrumentos de como resgatar( acompanhados com o identificar antes) os nossos valores. No que tange ao New Deal nós sugerimos as línguas nacionais, ou seja, a nosso ver, o resgate dos valores morais/culturais passa grandemente pelo estudo e o amor as nossas línguas. Sugerimos " estudo das nossas Línguas " , porque o que se sabe é que a África Subsariana principalmente a Austral ( isolamos os países desta região que ficam imediatamente abaixo do Sara, devido a grande influência do mundo árabe e mulçumano) foi agrafa durante uma bom tempo. Não tendo a escrita, a oralidade tornou-se desde os tempos mais antanhos o principal meio para se realizar a transmissão dos conhecimentos de geração a geração. É tão forte a oralidade muito mais que a escrita- um meio novo cujo aparecimento data provavelmente com a chegada dos portugueses, mas impressão em 1849 com a publicação de meu provável conterrâneo José da Silva Maia Ferreira com Espontaneidade de minha Alma.
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Falar de oralidade é falar da língua embora esta última não se reduz apenas na oralidade. O que significa que toda a tradição está nas nossas línguas, os hábitos, costumes, as práticas, as danças e outras manifestações culturais estão todas inclusas na língua, porque é esta que a reforça. Repare: uma dança é reforçada com a língua na medida que o movimento coordenado do corpo vem geralmente acompanhado com uma música, isto é, a língua com rítimo; a filosofia é reforçada e codificada na língua através dos provérbios, lenga-lengas e adágio. Ou seja, a língua acompanha quase toda a manifestação cultural, é, por isso, que a sugerimos como a New Deal. E é importante que cada Roosevelt procure conhecer a língua de sua etinia para que tenha a honra de estar em um contacto directo com grande parte dos valores morais/sociais.
Em suma, é bom que cada Roosevelt perceba que o resgate dos valores morais e acima de tudo culturais passam mesmo grandemente pelas línguas nacionais e cada um ouve ,embora que no litoral não sejam mais audíveis que o português , com alguma frequência nos arredores de sua cidade ( no meu caso Lobito).