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"Bilinguismo!"


O bilinguismo pode ocorrer em diversas situações.Uma segunda língua é aprendida na escola. Os emigrantes estrangeiros falam a língua do país hospedeiro ,mesmo que com alguma dificuldade, em países nos quais há mais de uma língua oficial crianças cujos pais são de diferentes nacionalidades,pessoas surdas que, além da língua de sinais, utilizam alguma língua oral, na tentativa de se comunicar com a comunidade ouvinte .Observando-se que o bilinguismo dos surdos é um caso especial.
Estes grupos de pessoas têm necessidades distintas e desenvolvem, por isso, capacidades distintas nas línguas que falam, dependendo das necessidades e dos diferentes contextos. No que respeita à educação de crianças como bilíngues, Saunders mostra que existem vantagens e desvantagens neste processo.
A pesquisadora canadense Ellen Bialystok, em sua pesquisa, afirma ainda que, pessoas bilíngues que venham a sofrer de demência ou doença de Alzheimer, pelo fato de serem bilíngues podem ter os sintomas iniciais atrasados em até 4 ou 5 anos. Dessa forma, o bilinguismo é um contribuidor para a reserva cognitiva e age como um modificador de expressões comportamentais que estão relacionadas à atrofia cerebral associada ao Alzheimer.
Tipos de bilinguismo
Existem dois tipos de bilinguismos, conforme a idade de aquisição das línguas. O bilíngue precoce (ou primário) é, a criança que, até três anos de idade, aprende a falar duas línguas ao mesmo tempo; e o bilíngue tardio (ou secundário, ou diglota,), é a criança que já tem aprendida a primeira língua e, depois de quatro anos de idade, começa a estudar uma ou mais de uma língua.
O conceito de bilinguismo sofreu profundas mudanças no último século, passando de uma visão excludente e fechada para uma definição mais socialmente situada e próxima das situações reais de uso das línguas. Se em 1935 Bloomfield definia bilinguismo como o "controle nativo de duas línguas", Macnamara, em 1967, admitia "uma competência mínima em pelo menos uma das quatro habilidades de compreensão, fala, leitura e escrita". Wiliams e Sniper, em 1990, veem o bilíngue como um sujeito capaz de processar duas línguas nas habilidades de compreensão da mensagem e na produção de uma resposta adequada à situação em ambas as línguas, enquanto Grosjean, em 1985, alerta ao fato de que o bilíngue é mais que a soma de dois monolíngues, pois apresenta características específicas.
O Bilinguismo é um fenômeno multidimensional, e como afirmam Hamers & Blanc (2001), "cada nível de análise requer abordagens disciplinares específicas: psicológica a nível individual, sóciopsicológica no nível interpessoal e sociológica a nível intergrupal". Ao estudar o bilinguismo individual pesquisadores como Mackey (1968) propõe considerar 4 dimensões: Proficiência; função e uso; Alternância de código (code-switiching) e Interferência. Valdés e Figueroa (1994) propõe que o bilinguismo seja visto como um continuum, e os sujeitos bilíngues se colocando em pontos diferentes deste continuum, dependendo dos pontos fortes e das características cognitivas de suas línguas.

HAMERS, Josiane F.; BLANC, Michel H. Bilinguality and bilingualism. Cambridge: Cambridge University Press, 1989
Maria Augusta da Silva Caliari
Enviado por Maria Augusta da Silva Caliari em 08/01/2019
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