Tudo que se usa numa comunidade linguística existe! (por Caetano Cambambe)
‘’Cartar não existe. Acarretar, sim’’ (Almeida, 2011, pág. 124)
Para se comprovar a existência de uma palavra numa dada língua, nem sempre devemos apegar-nos ao dicionário, porque, ao contrário disso, acabaremos sempre em afirmar muitas vezes que palavras muito usuais não existem, daí a razão de não se ter o dicionário como a única fonte credível, até porque são os falantes que fazem a língua.
Logo, o facto das palavras serem usadas e não constarem no dicionário, caros leitores, não implica dizer que elas não existem, pois o dicionário não tem a capacidade e nem a competência de reunir todas as palavras da nossa língua. Assim, por serem usuais, por transmitirem alguma mensagem, por representar algo, por equivaler o que todas outras palavras equivalem, eis a razão bastante verídica para se acreditar na existência da palavra, principalmente quando já se regista na escrita.
Em Angola utiliza-se o verbo ‘’cartar (que, apesar de ser bastante usado, para José Carlos de Almeida não existe)’’ com o valor de ‘’acarretar’’.