SEMÂNTICA: DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Toda palavra é criada arbitrariamente, isto é, inexistem motivos para ela se associar a determinado conceito. Na terminologia de Ferdinand Saussuare, o signo linguístico (a palavra) é composto da dualidade (como faces de uma moeda): significante, materializado na palavra escrita ou falada, e o significado (conceito), associado de tal forma que um não exite sem o outro. E essa associação é tão arbitrária que explica o fato dos idiomas usarem sons diferentes para o mesmo conceito.

A linguagem seria a “soma” da fala individual e do idioma. Há muitos tipos de signos, que são estudados pela Semiótica. Os signos verbais cabem à Linguística, uma subdisciplina da Semiótica.

A língua é dinâmica (evolui perpetuamente), rica e versátil, e suas palavras têm seu significado original, objetivo e literal (é a primeira acepção que aparecem nos dicionários, antes dos significados figurados) e figurados, com uma variedade de significados. O sentido figurado depende do contexto frasal e da vivência e erudição dos usuários da língua.

Quando as palavras são usadas no seu sentido objetivo (original) tem caráter utilitário, o de informar o receptor objetivamente, de lhe passar uma mensagem de forma clara, sem dubiedades. É a linguagem que é usada nos textos científicos, nos regulamentos, nos artigos de leis, nos manuais de instrução, nas notícias de jornal, nas bulas de remédios, isto é, em textos meramente informativos. Quando as palavras são usadas nesse sentido, ocorre a denotação, a linguagem é denotativa (ou referencial).

Exemplos de uso da linguagem informativa:

1) O PT não é um partido político, mas uma organização maldosa.

2) Dilma mente tanto que, quando ela disser que vai fazer alguma coisa, podemos entender que não vai fazer, e vice-versa.

3) Os banqueiros nunca ganharam tanto dinheiro no Brasil quanto na “Era PT”

Quando usamos as palavras no seu sentido figurado, elas têm diferentes significados e diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico. O sentido delas é ampliado e assume significado simbólico. Sua finalidade não é precipuamente informativa, mas expressiva, sentimental, emotiva. O que conta mais é a afetividade provocada pela palavra ou frase e não a informação. É utilizada, sobretudo, na linguagem poética e na literatura. As conversas cotidianas, os provérbios, a publicidade, as letras musicais estão recheados de linguagem simbólica. Quando a palavra é usada visando à expressividade, a provocar emoção e não apenas a informar, ou a informação nem sequer é levada em conta, a palavra é usada no seu sentido conotativo.

Exemplos de uso da conotação:

1)Dilma é exemplo de gestora honesta e competente (ironia).

2)O PT cometeu bilhões e bilhões de crimes (hipérbole).

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 15/03/2015
Reeditado em 15/03/2015
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