KARL MARX E MIKHAIL BAKHTIN
Karl Marx (1818-1883) nasceu em Treves, na Alemanha, foi um importante filósofo social, jornalista e teórico de economia. Ele iniciou sua carreira acadêmica na Universidade de Berlin, onde conheceu Engels. Juntos compuseram um documento que se tornaria o grande marco da filosofia marxista: O manifesto comunista. Marx, consciente de que estava inserido em um mundo capitalista hegemônico, estudou o materialismo histórico e descobriu que o mundo sempre fora dividido em proletariado e burguesia. Ou seja, sempre ocorreu um choque de classes em que a queda de um regime marca o início de outro. Assim, a vitória do proletariado significaria a paz.
Mikhail Bakhtin 1895-1975) nasceu em Oriol onde também cresceu, Estudou na Universidade de Odessa e depois em São Pitersburgo onde aprendeu Filosofia e História. Anos após, mudou para Vitebsk, ocupando vários cargos de ensino. Como professor, escreveu diversas obras, tendo participado também de um circulo de estudo que continha diversos estudiosos da época, mais tarde foi denominado Circulo de Bakhtin. As reflexões dele questionam a visão monológica da linguagem em favor de a construção de uma prática dialógica e discursiva. O estruturalismo encerrava as coisas do mundo em um significado puramente uno, mas a prática discursiva ao submeter essas mesmas coisas em função de um processo histórico-social faz com que elas adquiram outros significados. Outra contribuição de Bakhtin foi a teoria dos gêneros textuais. O estudioso notou que a comunicação humana executada em todas as esferas são realizada por meio de modelos comunicacionais: carta pessoal, bilhete, memorando, sermão, etc. Esse estudo de Bakhtin revolucionou a educação. Isso porque até então o ensino era mais tradicional: o professor era dono do saber, enquanto o aluno nada sabia; priorizava atividades de repetição para que o aluno decorasse a matéria, não era permitido que o aluno se pronunciasse, etc. Com a dialogia de Bakhtin e os gêneros textuais, o ensino passou a ser mais dinâmico, pois se priorizou o ensino por meio de texto, já que toda a comunicação pressupõe um modelo. Isso facilitou inclusive o ensino-aprendizagem de língua estrangeira, porque ao contrário do que se fazia, os professores voltaram-se a ensinar primeiro o domínio discursivo da língua.
Nota-se, portanto, que nenhuma dessas realizações teria sido possível sem que primeiro fossem lançadas as bases do materialismo histórico. Assim como este mostrava para Marx uma dialética que inseria um proletariado esquecido, para Bakhtin significava o interlocutor que estava faltando no discurso, um discurso encerrado em um processo histórico e que, por isso, tem a capacidade de evocar novos sentidos e novas ideias.