PUREZA CONTAGIANTE
É pela corda vocal de um sussurro
Que morremos enforcados
Culpado mesmo é do morto
Que alugou seu ouvido torto...
Não pode haver inferno sem mentira
Pra esguia serpente víbora das grandes cercanias
Ressonando na alfombra da colina
Que o engravidou pelos tímpanos
Intrauterinos de sua sina e negra resina
Como o escaravelho da noite
Que criou asas de platina para atingir o ápice da luz
Mais que cansara de ser hóspede de seu peso sismico e animico
E então só restava morrer zumbindo defronte do farol
Diante da luz do guizo pranico
Entrando por sua fétida narina
Do ouro puro da luz do sol...