MILHO - LETRIX

M ingau no fome-zero// ainda espero //- só curau e mungunzá (2)

I nhame, milho-verde // eu penso // que ela dá (3)

L ero lero // ora bolas // pato quer quirera (1)

H oje já não sei // se é quirera // ou quererá (4)

O pato quer quirera? // é pra já!... // só se for na panela (5)

Virgínia Maria Finzetto (1)

Marco Bastos (2) (4)

Hércio Afonso (3)

Ulisses Silva (5)

"No minimalismo, quanto menos narração e descrição, melhor. Normalmente adjetivos, conjunções, preposições e advérbios são dispensáveis. Na poesia, não é bom o pensamento lógico - a sentença explicativa. Dizem que Poesia é estranhamento, síntese e metafóra. As metonímias, palavras que se associam ao significado de outras, sem que sejam sinônimos, levam a soluções interessantes. No minimalismo pretende-se comunicar o máximo com o mínimo de palavras. A palavra é praticamente insight - faísca que muda a percepção sobre algo. Tem hora que penso que o poema não é aquele que se escreve, mas o que se forma na cabeça de quem lê." (MARCO BASTOS)