NUM GESTO APENAS FRATERNAL
(De Olympio Fontes)
Voltaste e bateste à minha porta
Arrependida quase morta
De desespero e de dor...
E eu, embora sofrendo bastante,
Fiz um esforço gigante
Para esquecer o meu desabor.
Em revolta aceitei a tua volta
Te franqueei a minha porta
Num gesto espetacular...
Para te mostrar nesse ato nobre
Que as vezes um homem resolve
Dos outros se diferenciar.
Dei-te abrigo
Como amigo simplesmente
Mas, outra coisa não tente,
Se ainda te resta o pudor,
Agora é bem diferente
Não é como antigamente
Hoje não tens meu amor...
Pouco importa
Se tu ficas ou vai embora
Não vou decidir agora
O que já teve final...
O que eu faço por ti, eu faria
Por outra na mesma agonia
Num gesto apenas fraternal.