MATUTO CORAGEM

Seis anos de idade

sem família sem nada,

de presente a rua, e o cabo da enxada.

A comida era os restos

que dos peões me sobrava,

o leito, a coxeira,

onde eu me deitava.

O pai que eu não tinha,

ou julgava não ter,

era o capataz da fazenda,

e meu sofrimento, o seu prazer.

Cresci meio rude, qual touro valente,

matuto arredio, qual cavalo selvagem,

e o pouco que consegui, me deixa contente,

pois venci com trabalho, suor e coragem.

E de todo sofrimento,

me restou uma lição...

Ninguém vê a bravura do cavalo...

só o tombo do peão.