ONZE DO ONZE

O dia é onze,

novembro é o mês,

na Eptácio Pessoa,

ano de dois mil e seis.

Na orla da lagoa,

tarde primaveril,

o cenário é perfeito, para mais uma cena infeliz,

para apresentação da violência, que assola o país.

A maseratti, desliza imponente,

esbanjando potência,

de repente é fechada por delinqüentes,

cheios de incoerência,

Que sem dizer nada,

descem atirando, pegue em quem pegar,

nem eles sabem, se roubam, sequestram,

ou vão friamente matar.

E matam, sem dor nem piedade,

multilam famílias inteiras,

esbanjando terror,

e o sangue do inocente, jorra e tinge o asfalto,

e faz o poeta chorar, em prosa em verso,

e em um partido alto.