Mulher

Sabe aquela fala estranha,

aquele cheiro entranha,

nos pelos do seu corpo.

E eu que sou dita de louca!

Meu cabelo pintado,

meu salto quebrado,

meu perfume barato,

e maquiagem no rosto.

As vezes empresto meu corpo!

Por qualquer trocado,

um homem enganado,

por meu filho encantado,

não sou mulher de poucos.

E em casa eu escondo meu choro!

Sou menina calada,

nunca fui batizada,

muito menos amada,

sou brinquedo de todos.

Por que eu custo tão pouco?

E em casa eu escondo meu choro!

As vezes empresto meu corpo!

E eu que sou dita de louca!

Rodrigo Sena
Enviado por Rodrigo Sena em 03/04/2008
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