Mulher
Sabe aquela fala estranha,
aquele cheiro entranha,
nos pelos do seu corpo.
E eu que sou dita de louca!
Meu cabelo pintado,
meu salto quebrado,
meu perfume barato,
e maquiagem no rosto.
As vezes empresto meu corpo!
Por qualquer trocado,
um homem enganado,
por meu filho encantado,
não sou mulher de poucos.
E em casa eu escondo meu choro!
Sou menina calada,
nunca fui batizada,
muito menos amada,
sou brinquedo de todos.
Por que eu custo tão pouco?
E em casa eu escondo meu choro!
As vezes empresto meu corpo!
E eu que sou dita de louca!