LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

Buscamos a eterna saída,

E continuamos procurando, sem solução.

E vem o progresso, friamente a alma

Constrói edifícios, com tijolos de tensão.

E nessa miséria um Cristo se salva,

Saiu da multidão, caminha aos céus.

No fim da semana arrisca a cabeça

Para acalentar um bando de réus.

Ainda que ande abafado,

Trago no sangue o sêmen de alguém.

Que lançou aos ventos um grito marcado:

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!

Ainda que ande abafado,

Trago no sangue o sêmen de alguém.

Que lançou aos ventos um grito marcado:

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!

LIBERDADE AINDA QUE TARDIA!

Se num corre-corre a vida se agita,

Sacudimos as grades da infinda prisão.

Mesmo encarcerados o sol ainda brilha,

Perfurando as cordas de algum violão.

Com leis absurdas vivemos castrados,

Castraram o boi, o chefe e o pião.

E mesmo que antigas, as fortes sementes

Arrebentarão correntes, coleiras, grilhões.

Ainda que ande abafado,

Trago no sangue o sêmen de alguém.

Que lançou aos ventos um grito marcado:

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!

Ainda que ande abafado,

Trago no sangue o sêmen de alguém.

Que lançou aos ventos um grito marcado:

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN!

LIBERDADE AINDA QUE TARDIA!

Música composta na década de 70, nos anos de chumbo da ditadura militar, transição do governo Geisel/Figueiredo.