O Último Poeta"
Eu danço na beira do abismo, sem medo de olhar pra trás
A vida me escreve com fogo, queima mas nunca desfaz
Me disseram que o tempo é um mestre, mas só me ensinou a perder
Eu vejo o amor na sarjeta, pedindo um troco pra sobreviver
(Refrão)
Sou o último poeta dessa cidade sem cor
Gritando verdades pra quem já perdeu o pudor
Eu bebo da noite, eu cuspo no dia
Me afogo nos sonhos que a vida copia
Os bares são templos de santos caídos, sorrisos perdidos no chão
Os anjos vestem jaquetas de couro, tocando guitarra na contramão
Me embriago de velhos desejos, tropeço nos erros fatais
Eu sou só um verso esquecido, rabiscado em lençóis imorais
Sou o último poeta dessa cidade sem cor
Gritando verdades pra quem já perdeu o pudor
Eu bebo da noite, eu cuspo no dia
Me afogo nos sonhos que a vida copia
Quem disse que o mundo precisa de heróis?
Se até os heróis morreram de overdose
Quem disse que o amor ainda salva?
Se a gente se vende barato por doses
E quando eu sumir na poeira da estrada
Me lembre com um trago, me esqueça com um nada
Eu fui só um louco cantando pro vento
Um raio de sol no exato momento
Em que a noite engoliu a cidade...