O Último Poeta"

Eu danço na beira do abismo, sem medo de olhar pra trás

A vida me escreve com fogo, queima mas nunca desfaz

Me disseram que o tempo é um mestre, mas só me ensinou a perder

Eu vejo o amor na sarjeta, pedindo um troco pra sobreviver

(Refrão)

Sou o último poeta dessa cidade sem cor

Gritando verdades pra quem já perdeu o pudor

Eu bebo da noite, eu cuspo no dia

Me afogo nos sonhos que a vida copia

Os bares são templos de santos caídos, sorrisos perdidos no chão

Os anjos vestem jaquetas de couro, tocando guitarra na contramão

Me embriago de velhos desejos, tropeço nos erros fatais

Eu sou só um verso esquecido, rabiscado em lençóis imorais

Sou o último poeta dessa cidade sem cor

Gritando verdades pra quem já perdeu o pudor

Eu bebo da noite, eu cuspo no dia

Me afogo nos sonhos que a vida copia

Quem disse que o mundo precisa de heróis?

Se até os heróis morreram de overdose

Quem disse que o amor ainda salva?

Se a gente se vende barato por doses

E quando eu sumir na poeira da estrada

Me lembre com um trago, me esqueça com um nada

Eu fui só um louco cantando pro vento

Um raio de sol no exato momento

Em que a noite engoliu a cidade...

Leonel Paiva
Enviado por Leonel Paiva em 25/03/2025
Código do texto: T8294115
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