ECLIPSE DAS ALMAS

Entre os túmulos da aurora, os mortais suspiraram,

Amores sepultados em cálices de dor.

As mãos que nunca uniram o sangue que choraram,

São rosas de mármore no jardim do Senhor...

Deus se esconde nos véus da lua despedaçada,

Nos beijos proibidos da noite envenenada.

O universo é um caixão de estrelas frias,

E nós, fantasmas dançando na melancolia.

Ôh-oh-oh, Somos os filhos da noite eterna!

Amores não nascidos, da carne materna.

Ôh-oh-oh, Sangue e trevas na canção:

Dançamos na chuva de lágrimas negras do coração!

A noite é um manto, um véu de solidão,

As estrelas são lágrimas, caindo ao chão,

Desilusão vestiu seu manto de veludo,

Abraçou os vampiros que a luz rejeitou.

Cada sonho perdido é um suspiro absurdo,

No altar dos desejos que o tempo devorou...

Na catedral do vazio, onde os anjos são cegos,

Entoamos salmos de amor em latim antigo.

A morte é uma amante de lábios de neblina,

Nos seus braços gelados, a alma se ilumina!

Ôh-oh-oh, Somos os filhos da noite eterna!

Amores não nascidos, da carne materna.

Ôh-oh-oh, Sangue e trevas na canção:

Dançamos na chuva de lágrimas negras do coração!

A noite é um manto, um véu de solidão,

As estrelas são lágrimas, caindo ao chão,

Na eterna música, que ecoa em mim,

Serei sempre sombras, num eterno jardim.

O amor é um réquiem... a vida, um funeral...

E Deus? Um espelho quebrado no véu da mortal...

Ôh-oh-oh, Somos os filhos da noite eterna!

Amores não nascidos, da carne materna.

Ôh-oh-oh, Sangue e trevas na canção:

Dançamos na chuva de lágrimas negras do coração!

A noite é um manto, um véu de solidão,

As estrelas são lágrimas, caindo ao chão,