O Silêncio e o Mar
As luzes da cidade se apagam aos poucos
E o tempo dissolve promessas no ar
Os passos se perdem nas ruas vazias
Como ecos de algo que nunca será
As velas acesas na beira do rio
Refletem segredos que vêm me buscar
Palavras guardadas em noites tão frias
Que o vento não sabe pra onde levar
E os barcos partem sem despedida
Rumo a um horizonte que ninguém vê
São sonhos deixados na despedida
São páginas brancas de um livro qualquer
O dia amanhece sem pressa, sem culpa
Enquanto me perco entre versos e chão
Talvez a resposta estivesse no riso
Ou apenas no som do meu próprio não
E quem dera o tempo voltasse um instante
Pra gente entender o que não soube ler
Mas tudo se esvai como as águas do rio
E a vida insiste em não se prender
E os barcos partem sem despedida
Rumo a um horizonte que ninguém vê
São sonhos deixados na despedida
São páginas brancas de um livro qualquer.
No fim, só o silêncio me olha nos olhos
E o mar me responde sem precisar dizer