QUALQUER AMOR

Eu me lembro quando era jovem

viajante calçando motor casaco de Via-Láctea

buscar você na escola era meu juramento de rei

rock'n'roll e motel pediam cerveja

a noite era uma festa encantada quando você estava

conhecemos o crime nos becos e perguntamos pelas crianças

viver era nosso forte viver apenas o resto

lavado nas cachoeiras o sol nascente apagou

e pela estrada afora o nosso amor feito no carro velho

tinha o nome da Berlineta e do Puma envenenado

Perdidos na noite trocamos o amor pelo sexo no carnaval

fantasiamos a noite cheia de promessas, de verão escaldante,

as coisas não fazem sentido sem você

as coisas se encaixam no mapa porque um outro amor

deixou sem graça descobrir quem somos

mesmo assim eu peço teu nome escrito

no sangue que eu gasto das veias como se te querer

mais do que sina me lembrasse que eu sou alguém

um dia existido e se fecho a conta e vou de ônibus

é porque não sou homem de qualquer amor

(18/01/2.008)