O vinho na taça
Cai a noite, a solidão maltrata,
Fecho os olhos, vejo o que ficou.
Nossos corpos, o vinho na taça.
E as lembranças desse nosso amor.
A saudade preencheu a vaga,
No jardim secreto da paixão,
Quando lembro de você na praça.
Fecho os olhos, sinto a sua mão.
Que me toca com ternura e graça,
Que me leva pro Arpoador,
Me salvando de uma sina ingrata,
Onde eu luto pra sanar a dor.
Chega o inverno, estou jogado às traças,
Esperando alguma solução,
Uma fuga, um sinal de fumaça,
Que me guie nesta escuridão.
Já que a vida é quem dá as cartas,
Eu não vejo outra solução.
Nesta vida de porre e pirraça,
Nosso verbo não tem salvação.