Salvo Pela Poesia
Eu já saí por aí
Perdido, sem direção
E deixei meu coração
Falar do que já sofri
Eu andei pela cidade
Na Portela e Beija-flor
No Império e Mocidade
Carregando minha dor
E em outro coração
Tentei esconder a dor
Só encontrei solidão
Fantasiada de amor
Eu vi Cartola
Levar dois dedos de prosa
Com a dor e a viola
À sombra da Verde e Rosa
E foi aí que aprendi
Que assim como o amor
A dor também tem valor
E não se pode fugir
E a dor eu carreguei
Como se fora estandarte
E nos versos que cantei
A dor foi a minha arte
Ironia do destino
Da arte faço meus dias
Eu sou aquele menino
Salvo pela Poesia
MARCANTE, Alexandre.
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